EUA dizem que estão prontos para atacar a Síria de novo
ONU rejeita pedido da Rússia para condenar ataque em retaliação a suposta utilização de armas químicas
A embaixadora americana no órgão internacional, Nikki Haley, disse que seu país “está armado e pronto para disparar” caso o regime do ditador Bashar al-assad continue a usar armas químicas.
A afirmação foi feita ontem, em reunião no Conselho de Segurança das Nações Unidas, dia seguinte à ofensiva aérea contra a Síria liderada pelos EUA. Ela disse que seu país está “preparado para manter a pressão” sobre a Síria caso o suposto uso de armas químicas continue. “Quando o nosso presidente estabelece uma linha vermelha, ele respeita essa linha”, afirmou. Em rede social, Trump escreveu “missão cumprida!”, com exclamação, e agradeceu aos aliados pelo ataque. Em 2003, o então presidente dos EUA George W. Bush usou o mesmo termo sobre a guerra no Iraque, que continuou.
O encontro de ontem foi convocado a pedido de Moscou, que queria aprovar uma resolução no órgão, condenando o ataque coordenado por Washington, Londres e Paris como violação da lei internacional e dos estatutos da ONU. No final, a resolução defendida por Moscou foi derrotada no Conselho de Segurança. Só Rússia, China e Bolívia votaram com o Kremlin, enquanto oito países foram contra e outros quatro se abstiveram da decisão —a medida precisava de nove votos para aprovação.
O ataque à infraestrutura de produção de armas químicas da Síria envolveu os EUA, o Reino Unido e a França, que alegam terem provas de que Assad, de fato, usou armas químicas contra civis numa operação militar em Duma, um subúrbio de Damasco, no início deste mês. O suposto ataque culminou com a morte de 42 pessoas.
Investigação
Há semanas, os membros do Conselho de Segurança da ONU vêm discutindo o uso de armas químicas pela Síria, mas a Rússia, que também integra o órgão, vetou tentativas de investigar se Assad usava ou não as armas.