Taxa básica despenca, mas juro do crédito segue alto
Inadimplência é uma das principais causas para as altas taxas pagas pelos clientes em empréstimos
A taxa básica de juros no Brasil jamais foi tão baixa. Além disso, deixou de ser a mais alta do mundo, título que o país levou por décadas. Definida pelo BC (Banco Central), a Selic chegou a 6,5% ao ano, mas o custo médio dos empréstimos nos bancos é de 33% anuais para pessoas físicas, número que assusta os consumidores. Há casos, como o do cheque especial, no qual a taxa é de 324% ao ano.
Há alguns fatores apontados por especialistas para a diferença entre a taxa básica e os juros cobrados no mercado. O principal determinante do custo de uma linha de empréstimo no Brasil é a inadimplência. Dessa forma, quanto mais um banco perder ou imaginar que vai perder com um financiamento, mais caro irá cobrar dos clientes para compensar essas possíveis perdas.
Outra questão apontada por especialistas seria a concentração bancária no país. Hoje, os cinco maiores grupos concentram 80% de todos os ativos financeiros.
No que diz respeito à inadimplência, o histórico do consumidor tem pesado muito, principalmente com a crise. Quanto menos garantias o tomador de empréstimo oferecer para compensar o calote, mais alta será sua taxa de juros.
Esse é o caso do cartão de crédito, por exemplo, que é oferecido sem a exigência de garantias e, com isso, concentra um dos maiores juros para pessoa física.