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As relações perigosas de Temer

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O presidente Michel Temer (MDB) cultiva, como se sabe, muitas alianças e amizades problemáti­cas. Uma boa parte de seus ex-auxiliares está sob investigaç­ão da Polícia Federal ou às voltas com acusações e processos judiciais.

Essa é a situação, por exemplo, do ex-ministro Geddel Vieira Lima, do ex-deputado Rodrigo Rocha Loures, do ex-assessor da Presidênci­a José Yunes e do coronel aposentado da Polícia Militar paulista João Baptista Lima Filho.

O coronel Lima tem se esforçado muito para ficar na sombra, mas isso está se tornando cada vez mais difícil.

Ele foi chamado a depor pela primeira vez em junho do ano passado, mas vem driblando a PF com atestados médicos.

Segundo um delator da JBS, Lima intermedio­u uma propina de R$ 1 milhão, que seria usada para pagar despesas da família do presidente.

Detido em 29 de março, mais uma o coronel ficou em silêncio. É um direito dele, mas não parece que vai ser o bastante para aliviar a situação.

O jornal Folha de S.paulo ouviu de um fornecedor que uma reforma na casa de uma filha de Temer era paga em dinheiro vivo por Maria Rita Fratezi, mulher de Lima.

Para piorar, os gastos foram realizados pouco depois da data da suposta propina da JBS.

Temer já foi alvo de duas denúncias da Procurador­ia-geral da República. Também está envolvido em um inquérito no Supremo Tribunal Federal, sob a acusação de favorecer empresas do setor portuário.

Pelo visto, ele tem mais chances de ir a julgamento num futuro próximo do que de disputar e conquistar a reeleição.

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