Técnicos novatos em alta
Com três campeões apenas, o Nacional tem treinadores com a menor média de idade desde 2007
O sucesso meteórico de Fábio Carille, 44 anos, que deixou de ser auxiliar no final de 2016 ao assumir o Corinthians, impactou nesta edição do Brasileiro.
Atual campeão nacional, o comandante tem seu perfil espelhado em vários treinadores na atual edição. Isto é, profissionais jovens, com pouca ou nenhuma experiência no torneio nacional.
Levantamento aponta a média de idade de 48,2 anos entre os treinadores, a menor desde a edição de 2007. Há 11 anos, quando o campeonato já era disputado por pontos corridos e com o número atual de clubes (20), a média foi de 47,6. No ano passado, começou com 49,6.
“Vejo de forma muito positiva [a aposta em treinadores mais jovens]. É importante que essa nova geração tenha espaço, mas nunca podemos abrir mão dos mais experientes”, afirma Carille.
Para o corintiano, as mudanças têm ocorrido principalmente com profissionais que conhecem bem os clubes, porque trabalham neles faz algum tempo.
Em 2007, Alexandre Gallo, hoje diretor de futebol do Atlético-mg, puxava a fila dos mais jovens. Ele tinha 39 anos. A lista ainda tinha Ney Franco (40), Zetti (42), Cuca (43), Mano Menezes (44) e Dorival Júnior (45).
Dos treinadores que iniciaram a edição de 2007, apenas Mano Menezes está empregado, no Cruzeiro. Ney Franco e Dorival estão sem clubes, enquanto Zetti passou a ser comentarista.
A maioria deles foi preterido por treinadores como Maurício Barbieri (36), do Flamengo, Thiago Larghi (37), do Atlético-mg, Jair Ventura (39), do Santos, Odair Hellmann (41), do Internacional, Roger Machado (42), do Palmeiras, Alberto Valentim (43), do Botafogo, e Fernando Diniz (44), do Atlético-pr. Além de Carille.
Da nova turma de técnicos, Barbieri e Larghi, que não estão efetivados, Hellmann e Fernando Diniz, debutam na elite do futebol brasileiro. Assim como Marcelo Chamusca (51), do Ceará.
Poucos campeões
Com a mudança de perfil, o torneio tem apenas três técnico que já foram campeões brasileiros: Abel Braga (65), do Fluminense, Nelsinho Baptista (67), do Sport —o mais velho da competição—, e Fábio Carille.
“Os treinadores que são experientes também tiveram oportunidades quando eram jovens. Existe mercado e oportunidade para todos”, diz Hellmann, do Inter.