Veganos sem grana trocam dicas baratas pela internet
Adeptos de vida que exclui produtos de origem animal falam de receitas e ingredientes
Foi-se o tempo em que só os ricos poderiam aderir ao veganismo. Quem adota o estilo de vida que exclui todo e qualquer produto de origem animal, mas tem pouca grana usa a internet como aliada. Hoje, há grupos e páginas no Facebook de veganos que se dizem “pobres”.
O mais popular é o Veganos Pobres Brasil. Criado em 2016, o grupo tem mais de 75 mil membros. Nele, os integrantes trocam receitas com produtos baratos e que seja possível encontrar nas cidades do país. Se um ingrediente custar mais de R$ 10 o quilo, deve ser trocado.
A regra foi criada pela estudante Caroline Soares, 27 anos, que há dois anos aderiu ao veganismo. Foi a dificuldade de preparar refeições que a fez criar o grupo. “Só encontrava receitas com produtos caros, como lichia, damasco e amêndoa. Percebi que faltava informação. Fui atrás e criei o grupo porque sou vegana e sou pobre.”
A página cresceu rápido. “Se o grupo tem hoje mais de 70 mil pessoas e cada uma publica uma receita barata, são mais de 70 mil receitas diferentes. Isso é incrível.”
A servidora Bárbara de Almeida, 26 anos, também compartilha receitas baratas na página Vegana Pobre, no Facebook, com 5.500 seguidores. Ela conta que a página surgiu após brincadeira entre amigos, que a chamavam de “vegana pobre”.
“Estávamos recém-casadas e não tínhamos muito dinheiro. Decidimos que iríamos gastar R$ 50 por semana com alimentação. Fazíamos a feira, preparávamos a comida em casa e levávamos marmitas para o trabalho. Aí todos começaram a nos chamar de vegana pobre. Como não acreditavam que conseguíamos comer com tão pouco dinheiro, decidimos criar a página para compartilhar receitas.”