Após inauguração, ritmo de obras do monotrilho diminui
Estações abertas às pressas, no último dia de Alckmin como governador, têm menos operários
Depois de serem inauguradas às pressas no último dia de governo pelo atual presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB), as obras de quatro estações do monotrilho da linha 15-prata diminuíram o ritmo. Moradores e comerciantes do entorno das estações São Lucas, Camilo Haddad, Vila Tolstói e Vila União, na zona leste da capital, afirmam que o número de operários nas obras diminuiu.
No dia 6 de abril, último dia no cargo de governador, Alckmin entregou as quatro estações, que passaram a funcionar em teste, das 10h às 15h. Para isso, operários dobraram turnos e trabalharam de madrugada. Apesar disso, as paradas foram inauguradas inacabadas.
Ontem, o Agora esteve nas quatro estações e constatou que as obras de acabamento ainda estão longe do fim. Os problemas, todos do lado de fora, vão da reforma nas calçadas à instalação de vidros e placas de grama.
No entorno da estação Camilo Haddad, uma das mais incompletas, a incerteza toma conta dos moradores. “Eles trabalham o dia e a noite toda, mas diminuiu a quantidade de funcionários, sim”, afirma a comerciante Maria Zilma Correa de Souza, 45 anos. Ela é dona de um restaurante próximo à estação e atende muitos funcionários da obra. “Se antes da inauguração havia 200 operários, hoje tem 50, 100.”
Trabalho refeito
“Essa inauguração foi precipitada, eleitoreira, só para o Alckmin tirar fotos”, aponta o comerciante Welton da Costa Silveira, 41 anos, em referência à candidatura do ex-governador à Presidência. Vizinho da estação São Lucas, ele também afirma que o ritmo das obras diminuiu depois do dia 6 de abril.
“Antes era o tempo todo, o dia inteiro. Agora parece que eles querem alongar a obra. Refizeram a calçada da estação três vezes depois da inauguração”, reclamou.
O Sindicato dos Metroviários diz que apenas a estrutura das estações foi entregue. “Foi uma inauguração equivocada, já que as estações estão incompletas”, afirma Raimundo Cordeiro, coordenador do sindicato.