Agora

Justiça tardia para o mensalão tucano

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Vinte anos se passaram desde que o então governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo (PSDB), usou dinheiro desviado de empresas estatais em sua campanha para a reeleição.

O esquema era organizado pelo empresário Marcos Valério de Souza, que ficou famoso alguns anos depois.

Ao repetir a mesma ideia no mensalão petista, ele foi condenado a 37 anos de prisão. Líderes do PT e de outros partidos também foram punidos pelo Supremo Tribunal Federal, em 2012.

Já a turma do mensalão tucano vinha escapando da dureza da lei. Até agora.

Por 3 votos a 2, uma câmara do Tribunal de Justiça de Minas Gerais recusou um recurso da defesa de Azeredo, que agora está próximo de perder a liberdade.

Parece que vai chegando ao fim uma novela que revolta pela lentidão da Justiça.

A denúncia contra o tucano foi feita pela Procurador­ia-geral da República em 2007 e aceita pelo Supremo Tribunal Federal em 2009.

Em 2014, Azeredo renunciou ao cargo de deputado federal, e o processo foi para a primeira instância.

É claro que o caso não tem o mesmo peso para a política da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ainda assim, é importante.

Vai ficando para trás a história de que os tucanos estavam blindados contra acusações de corrupção.

O senador Aécio Neves, também de Minas, virou réu no Supremo. O ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza está atrás das grades.

Estes dois casos, é bom lembrar, ainda estão em investigaç­ão. O de Azeredo é que já demorou além da conta.

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