Doria deixa cargo, mas segue com ajudante da prefeitura
Tucano continua a contar com apoio de ajudante-de-ordens que o auxiliava no comando da capital
No último dia 19, uma quinta-feira, o capitão da Polícia Militar João Paulo Mandese postou uma foto em suas redes sociais: uma xícara de café com o logo da Band e a localização em que se encontrava, a Rádio Bandeirantes. Naquela manhã, João Doria (PSDB) concedia entrevista dentro de uma série que a estação vem fazendo com os pré-candidatos ao governo de São Paulo.
No dia seguinte, Mandese acompanhou Doria num encontro em que o tucano discutiu as eleições de outubro com o presidente Michel Temer —uma de suas funções foi gravar com celular entrevista de Doria a jornalistas. No sábado, o ex-prefeito foi a Campinas e levou junto, mais uma vez, o PM.
A rotina compartilhada vem desde os tempos de Doria prefeito. Quando o tucano assumiu o cargo, em janeiro de 2017, Mandese foi designado como seu ajudantede-ordens —é de praxe que capitães da PM exerçam essa função, que consiste em acompanhar o governante em saídas e zelar por sua assistência pessoal.
Ao sair da prefeitura para disputar a sucessão de Geraldo Alckmin, no dia 6 de abril, Doria continuou contando com os serviços de Mandese.
O regimento da PM classifica como “transgressão disciplinar o exercício de função de segurança particular ou qualquer atividade estranha à instituição com prejuízo do serviço ou com emprego de meios do Estado”.
Um mês antes de deixar a prefeitura, Doria publicou decreto para estender a exprefeitos os serviços de segurança pessoal que a PM presta para o atual detentor do cargo. Ou seja, ele poderia usufruir de proteção policial por um ano a partir do momento em que deixasse o Executivo, incluindo a campanha. Dias depois, o exprefeito revogou o decreto, após enfrentar ações na Justiça, atritos com PM e oposição de vereadores.
No Linkedin, rede social para contatos profissionais, Mandese ainda mantém o status de ajudante-de-ordens da prefeitura. De 2011 a 2016, ele cumpriu o mesmo papel para o governo Geraldo Alckmin (PSDB).