Procuradores criticam STF e Lula pede ações em São Paulo
Força-tarefa diz que decisão de transferir parte de delação da Odebrecht não afeta trâmite de processo
No dia seguinte à decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que retirou do juiz Sergio Moro trechos da delação da Odebrecht relacionados ao ex-presidente Lula, a força-tarefa da Lava Jato criticou a medida, chamando-a de superficial e ininteligível, e os advogados do petista pediram o envio imediato de duas ações penais para a Justiça Federal de São Paulo.
Os procuradores do Paraná se manifestaram em documento anexado ao processo que trata do sítio de Atibaia (SP) atribuído ao ex-presidente, uma das duas ações ameaçadas pela determinação do Supremo.
Em ofício a Moro, defenderam que a determinação da corte não afeta a ação penal em andamento e que o caso deve continuar no Paraná.
Pela decisão da Segunda Turma do Supremo, os trechos da delação da Odebrecht relacionados ao caso não falam da Petrobras, foco da Lava Jato no Paraná, e devem ser enviado a São Paulo. A denúncia usa depoimentos de delatores para fundamentar a acusação de que Lula recebeu propina por meio da reforma do sítio.
Para os procuradores, a decisão tomada na terçafeira é “um mero encaminhamento de termos de colaboração”, sem o objetivo de modificar a competência para o julgamento da ação.
A equipe de Curitiba diz que o caso tem sim ligação com a Petrobras, reforçada por depoimentos e conexões com outras ações, e que já está há anos sob a responsabilidade de autoridades que cuidam do caso no Paraná.
Para a equipe da força-tarefa, trata-se de um “lamentável tumulto processual”, sem qualquer repercussão sobre a competência de Moro para comandar a ação. “Assim, mostra-se ininteligível a remessa dos depoimentos.”