Medicamento para câncer de bexiga está em falta
Imuno BCG é usado para evitar que o tumor volte, está em falta em parte dos hospitais da capital
Pacientes com câncer de bexiga estão com dificuldade para conseguir um remédio primordial para o tratamento da doença. O Imuno BCG, usado para evitar que o tumor volte, está em falta em alguns hospitais da capital, como o Oswaldo Cruz e o ICESP (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo). O que antes era um desabastecimento pontual, agora tem dado dor de cabeça para quem precisa do remédio.
Um dos motivos para a dificuldade de compra deste medicamento é que a Fundação Ataulpho de Paiva, único produtor do Imuno BCG no país, teve a fabricação do remédio suspensa pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em 2016.
Na ocasião, há dois anos, a agência constatou o descumprimento de requisitos de Boas Práticas de Fabricação de produtos injetáveis.
Assim, os pacientes que retiraram o tumor e precisam do Imuno BCG para evitar a reincidência do câncer estão recorrendo a compras particulares para poder tomar as doses a cada três meses.
É o caso do professor Sérgio Médici de Eston, 70 anos. Ele, que descobriu o câncer em maio de 2017, fez a primeira sessão com o Imuno BCG em novembro no Hospital Oswaldo Cruz.
Mas, perto de retomar o tratamento em março deste ano, foi informado que o remédio estava em falta.
“Eu tive que importar dos Estados Unidos. No meu caso, preciso de três ampolas. Cada ampola custa US$ 1.000 (R$ 3.462,10). Gastei mais de R$ 10 mil. E pelo jeito vou ter que gastar de novo para fazer as aplicações em maio. Estou torrando a minha reserva financeira. Mas e quem não pode ter esse custo, como faz?”, pergunta.
A Fundação Ataulpho de Paiva informa que o laboratório foi inspecionado neste ano pela Anvisa, que aprovou as condições de fabricação do local e que agora aguarda a liberação do órgão para retomar o processo de fabricação, com a comercialização marcada para o próximo mês de maio.