País fecha 1 milhão de vagas formais ao ano
Cerca de 13,7 milhões de pessoas estão sem trabalho; índice subiu 1,3% em relação a dezembro de 2017
O Brasil perdeu quase 4 milhões de vagas com carteira assinada desde o começo da crise no mercado de trabalho, em 2014, uma média de 1 milhão por ano.
Em março, o número de empregados com carteira foi o menor no país desde 2012, segundo dados divulgados ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
No primeiro trimestre, a taxa de desemprego no país foi 13,1%, alta de 1,3 ponto percentual com relação aos 11,8% do trimestre anterior, terminado em dezembro. Ao todo, 13,7 milhões de pessoas procuraram emprego no país no período.
A perda de vagas frustrou o mercado, que esperava que a taxa de desemprego fechasse o trimestre em 12,9%. Na comparação anual, a taxa de desemprego caiu 0,5%.
Ainda assim, o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, diz que o mercado de trabalho dá sinais de melhora e que o aumento no nível de desemprego é natural no início do ano, com demissões de temporários contratados para o período do Natal.
Ele argumentou que a queda no desemprego em relação ao mesmo trimestre do ano anterior foi a primeira desde o último trimestre de 2014 e que a variação negativa vem desacelerando há cinco trimestres.
A aparente melhora, porém, vem sendo puxada pelo emprego informal, já que o número de trabalhadores com carteira chegou a 32,9 milhões, o mais baixo desde o início da série histórica do IBGE, iniciada em 2012.
No segundo trimestre de 2014, quando atingiu o pico antes do início da crise no mercado de trabalho, o contingente de trabalhadores com carteira somava 36,8 milhões de pessoas.
Azeredo, do IBGE, ressalta que a perda da qualidade do emprego é um obstáculo a mais no processo de recuperação da economia. “A carteira de trabalho garante estabilidade e é o passaporte para o crédito, que ajuda a movimentar a economia”, avalia o coordenador.