Depois de acordo, Palocci ganha regalias na prisão
O ex-ministro Antonio Palocci ganhou regalias na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, após concordar em colaborar com as investigações da Lava Jato, procedimento que já foi adotado em relação a vários outros presos da operação.
Ele foi transferido de uma ala onde ficava 22 horas do dia trancafiado dentro da cela e só saía para o banho de sol e falar com advogados, para um espaço onde convive livremente com outros delatores.
Na ala onde vive agora, as celas são abertas pela manhã e fechadas no fim da tarde. Lá tem televisão e geladeira. Ele pode circular durante o dia pelo corredor e tem acesso ao pátio da carceragem.
A rigidez quanto a entrada de produtos para esses detentos é bem menor se comparada aos presos comuns.
Palocci aproveitou das facilidades para criar um pequeno jardim. Passa parte do dia cultivando lavanda e alecrim em pequenos vasinhos acomodados no canto do pátio, onde entra luz do sol e chuva. As plantas têm propriedades relaxantes e exalam um cheiro agradável.
A ideia do ex-ministro era que a plantação expandisse e abrigasse mais espécies. Palocci tinha encomendado novos pacotes de terra adubada e sementes de erva doce. O projeto, porém, foi interrompido com a chegada do ex-presidente Lula, preso em 7 de abril —os agentes preferiram não correr o risco de o jardim ser descoberto e eles serem acusados de privilegiar Palocci.