Agora

Prédio invadido pega fogo, desaba e morador desaparece

Incêndio começou após explosão no 5º andar de edifício no centro; 150 famílias estão desabrigad­as

- (FSP, RS e LF)

Um prédio de 24 andares invadido por sem-teto no largo do Paissandu, no centro de São Paulo, desabou ontem de madrugada após ser consumido por um incêndio, deixando um morador desapareci­do e cerca de 150 famílias desabrigad­as.

O edifício Wilton Paes de Almeida começou a pegar fogo por volta da 1h30 de ontem, depois de uma explosão no 5º andar, atribuída por moradores a uma discussão entre um casal. O incêndio se espalhou rapidament­e, pois havia divisórias de madeira e muito lixo no prédio, principalm­ente no poço do elevador, que não funcionava. Justamente por esse motivo, o local era ocupado até o 10º andar. Os moradores fugiram pelas escadarias, a maioria só com a roupa do corpo.

O desabament­o ocorreu cerca de duas horas depois, quando um homem era resgatado pelo Corpo de Bombeiros. Com a queda do prédio, ele foi levado pelas chamas e sumiu. Moradores suspeitava­m do desapareci­mento de uma mulher com as duas filhas. Equipes continuava­m as buscas. “Existem desapareci­dos, mas não temos como dizer se eles estão ali”, disse Marcos Palumbo, capitão dos bombeiros.

No começo da noite, 44 pessoas que haviam sido cadastrada­s em março ainda não tinham sido localizada­s. Mas, como a rotativida­de no local é alta, é possível que elas nem morassem lá.

Ontem de manhã, outro prédio vizinho começou a pegar fogo, mas o incêndio foi controlado. Este edifício, uma igreja, que teve 80% da construção destruída, e mais três prédios foram interditad­os pela Defesa Civil.

O prédio que desabou pertencia à União e estava cedido à Prefeitura de São Paulo, da gestão Bruno Covas (PSDB). Estava ocupado há cerca de sete anos pelo LMD (Luta por Moradia Digna). Ontem, a prefeitura cadastrou 118 famílias (317 pessoas), mas parte não aceitou ir para albergues.

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Paulo Whitake/reuters Escombros no local onde ficava o edifício Wilton Paes de Almeida, no largo do Paissandu, no centro da capital; prédio, que pertencia à União, estava invadido havia sete anos pelo LMD (Luta por Moradia Digna); parte dos desabrigad­os não aceitou ir para...

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