Edifício era tido como um marco para a arquitetura brasileira
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Projetado na década de 1960, o edifício o Wilton Paes de Almeida foi considerado um marco de avanço na arquitetura de São Paulo e do país tanto por sua “pele de vidro”, referência a sua fachada, como por novidades tecnológicas e estruturais.
Tido como uma das obras mais famosas do arquiteto Roger Zmekhol (1928-1976), que foi professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade de São Paulo, o prédio foi um dos primeiros a contar com uma central telefônica, sistema de ar-condicionado central, divisão em módulos e janelas em vidro que refletem a luz do sol.
A instalação foi uma encomenda do empresário Sebastião Paes de Almeida (1912 a 1975) para ser sede de uma empresa do setor de vidros, que não aconteceu.
Gestão federal
O edifício, então, passou para as mãos do governo federal, que transformou o local na sede da Polícia Federal de São Paulo, durante 23 anos, e até 2009, numa agência do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
Em 1992, o prédio foi tombado pelo patrimônio histórico municipal por sua relevância arquitetônica, histórica e paisagística.
A arquiteta Nadia Somekh, professora emérita da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Mackenzie, diz que o desabamento é uma “perda enorme” para o patrimônio histórico de São Paulo. “Fora a tragédia como um todo, o prédio era um marco da arquitetura modernista de São Paulo.”