Sem imposto, atos pelo Dia do Trabalho podem acabar
Representantes das centrais criticaram a nova CLT, que acabou com a contribuição sindical obrigatória
O fim da obrigatoriedade do pagamento do imposto sindical, equivalente a um dia de trabalho de empregados com carteira assinada, pode fazer com que festas como a da Força Sindical, com shows de grandes artistas e sorteios de carro zero, acabe. “Pode ter sido a última comemoração que fizemos nesse tipo”, disse Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da central.
Segundo ele, neste ano, a Força encolheu o tamanho do palco e fez diversas parcerias para realizar o evento. Mesmo assim, o custo foi de R$ 2 milhões. No ano passado, o gasto a central chegou a R$ 3,5 milhões. “Os sindicatos rasparam o tacho (sic.) e contribuíram com R$ 400 mil. O restante é a Força que vai arcar com o prejuízo. Diminuímos a festa, mas mesmo assim, a conta não fecha”, afirmou o dirigente.
Os 15 carros sorteados foram cedidos pela montadora Hyundai como patrocínio. Já os shows tiveram parceria da rádio Top FM. Com menos carros sorteados, o público do evento foi bem menor: calculado em 500 mil pelos organizadores do ato.
Mesmo com o patrocínio, toda a estrutura é bancada pela central sindical. Além disso, segundo Paulinho, a central sindical contribuiu com R$ 37 mil para a estrutura do evento de 1º de Maio unificado em Curitiba (PR).
O presidente da Força defende que o próximo Congresso enfrente a questão sindical, já que, sem a verba do imposto — fatiada por centrais, confederações, federações e sindicatos— o trabalho em prol dos trabalhadores fica prejudicado. “O sindicato é fundamental para negociar essas coisas. E sem o financiamento, não é possível”. disse.
Curitiba
Críticas à reforma trabalhista tomaram conta do discurso da maioria dos sindicalistas e dos políticos que participaram do ato unificado das centrais sindicais em Curitiba (PR), onde o ex-presidente Lula está preso.
Pela primeira vez após anos, CUT, Força Sindical, UGT, Intersindical, Nova Central, NCST e CSB se uniram na celebração do 1º de Maio.
Além dos pedidos por mais emprego, a liberdade de Lula foi o mote principal do ato. Ao final, a presidente do PT, Gleisi Hoffman, leu carta do ex-presidente enderaçada aos presentes. “O Brasil vive esse primeiro de maio com tristeza, mas com esperança”, dizia a mensagem enviada da cadeia.