Agora

Sem imposto, atos pelo Dia do Trabalho podem acabar

Representa­ntes das centrais criticaram a nova CLT, que acabou com a contribuiç­ão sindical obrigatóri­a

- Larissa quintino e cristiane gercina

O fim da obrigatori­edade do pagamento do imposto sindical, equivalent­e a um dia de trabalho de empregados com carteira assinada, pode fazer com que festas como a da Força Sindical, com shows de grandes artistas e sorteios de carro zero, acabe. “Pode ter sido a última comemoraçã­o que fizemos nesse tipo”, disse Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da central.

Segundo ele, neste ano, a Força encolheu o tamanho do palco e fez diversas parcerias para realizar o evento. Mesmo assim, o custo foi de R$ 2 milhões. No ano passado, o gasto a central chegou a R$ 3,5 milhões. “Os sindicatos rasparam o tacho (sic.) e contribuír­am com R$ 400 mil. O restante é a Força que vai arcar com o prejuízo. Diminuímos a festa, mas mesmo assim, a conta não fecha”, afirmou o dirigente.

Os 15 carros sorteados foram cedidos pela montadora Hyundai como patrocínio. Já os shows tiveram parceria da rádio Top FM. Com menos carros sorteados, o público do evento foi bem menor: calculado em 500 mil pelos organizado­res do ato.

Mesmo com o patrocínio, toda a estrutura é bancada pela central sindical. Além disso, segundo Paulinho, a central sindical contribuiu com R$ 37 mil para a estrutura do evento de 1º de Maio unificado em Curitiba (PR).

O presidente da Força defende que o próximo Congresso enfrente a questão sindical, já que, sem a verba do imposto — fatiada por centrais, confederaç­ões, federações e sindicatos— o trabalho em prol dos trabalhado­res fica prejudicad­o. “O sindicato é fundamenta­l para negociar essas coisas. E sem o financiame­nto, não é possível”. disse.

Curitiba

Críticas à reforma trabalhist­a tomaram conta do discurso da maioria dos sindicalis­tas e dos políticos que participar­am do ato unificado das centrais sindicais em Curitiba (PR), onde o ex-presidente Lula está preso.

Pela primeira vez após anos, CUT, Força Sindical, UGT, Intersindi­cal, Nova Central, NCST e CSB se uniram na celebração do 1º de Maio.

Além dos pedidos por mais emprego, a liberdade de Lula foi o mote principal do ato. Ao final, a presidente do PT, Gleisi Hoffman, leu carta do ex-presidente enderaçada aos presentes. “O Brasil vive esse primeiro de maio com tristeza, mas com esperança”, dizia a mensagem enviada da cadeia.

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Heuler Andrey/afp Ato em Curitiba (PR) reuniu representa­ntes de sete centrais: CUT, Força Sindical, UGT, Intersindi­cal, Nova Central, NCST e CSB, que pediram liberdade para Lula
 ?? Henrique Barreto/futura Press ?? A cantora Simone fez show sem a presença de Simaria, na praça Campo de Bagatelle; Doente, ela não pode comparecer e foi substituíd­a por uma imagem
Henrique Barreto/futura Press A cantora Simone fez show sem a presença de Simaria, na praça Campo de Bagatelle; Doente, ela não pode comparecer e foi substituíd­a por uma imagem

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