Famílias de prédios vizinhos também estão desabrigadas
Moradores não podem entrar em seus apartamentos e reclamam da falta de auxílio da prefeitura
Moradores de dois prédios vizinhos do edifício Wilton Paes de Almeida, no largo do Paissandu, na região central, estão fora de seus apartamentos desde a madrugada da tragédia, e não sabem quando poderão voltar.
Eles moram nos edifícios Caracu e Itapeva, que ficam na rua Antônio de Godoi, uma travessa do largo do Paissandu, onde alguns imóveis estão interditados. Eles disseram que estão abrigados na casa de parentes, amigos e até em um hotel
Pelas contas dos moradores, os dois prédios somam cerca de 140 apartamentos. O edifício Itapeva é o menor deles, com 36 unidades, mas não está interditado pela Defesa Civil. Por isso, os moradores não entendem porque estão proibidos de entrar nos imóveis e lamentam a falta de assistência.
O engenheiro Guilhermo Salazar, 40 anos, mora no edifício Itapeva e desde a madrugada da tragédia está abrigado com a família na casa da sogra, uma quitinete de 16 metros quadrados onde dormem seis adultos e três crianças. “Até ontem [anteontem] a prefeitura nem sabia da nossa existência e até agora estamos sem nenhum respaldo. Nem um copo de água”, disse.
O gerente de marketing João Tadeu Kebenlian, 59 anos, foi ontem foi tentar retirar roupas no apartamento onde mora, no edifício Itapevi, pois só saiu com uma bolsa, na madrugada de terça-feira. “Estou dormindo na casa da minha irmã, pois não tivemos assistência”, disse.
O edifício Caracu é o maior deles, com mais de cem unidades. O imóvel é um dos cinco interditados pela Defesa Civil e é por onde os bombeiros estão trabalhando para chegar aos escombros.
O casal de comerciantes João José dos Santos Júnior, 48 anos, e Verônica Antonio de Souza, 38 anos, foram ontem buscar roupas no apartamento onde moram, no primeiro andar do edifício Caracu. “Estamos na casa de amigos sem previsão de voltar e sem nenhum atendimento”, disse João.