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Largo do Paissandu tem morador de rua, desabrigad­os e curiosos

- (FSP)

O aglomerado de pessoas no largo do Paissandu (região central) inclui desabrigad­os do prédio que desabou, outros sem-teto e moradores de rua em busca de doações, voluntário­s, religiosos, assistente­s sociais, PMS e guardas-civis, bombeiros e muitos curiosos.

Segundo a prefeitura, os moradores do Wilton Paes de Almeida que não conseguira­m ficar na casa de parentes foram encaminhad­os a abrigos. Eles receberão verba para pagar aluguel. Nem todos, porém, aceitam essa opção, e resolvem ficar no largo.

Fabiana Ribeiro da Silva, 38, é uma delas. Ela escapou com marido, filha e neta do incêndio e conta que chegou a fazer um cadastro em um albergue, mas preferiu ficar em uma barraca por ali.

“O banheiro era um horror, o do bar aqui do lado é melhor. E tinha um monte de ‘noia’”, diz. “Melhor ficar aqui, vai que aparece alguém para levar a gente para um lugar melhor?”

Mesma esperança, mas não muita, tem Jessica dos Santos. Aos 19 anos, ela também está em uma barraca no largo, com a filha de dois meses de idade. São 13h, e ela dobra roupas e fraldas doadas para a garota para colocar em uma maleta.

Jessica diz que morava no quarto andar do edifício, mas não estava no local no dia do cadastro e, por isso, não vai receber a ajuda para aluguel da prefeitura. Ela é vendedora de água na rua, e seu marido fazia bicos de pedreiro e segurança, mas está desemprega­do.

Parte dos moradores do prédio se queixa de pessoas de outros lugares na fila da almoço. Mas há comida para todos. Quatro dias após a tragédia, as doações no largo vão de roupas e alimentos a balas e brinquedos.

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