AMA fechada será analisada caso a caso, diz prefeitura
Secretário da Saúde contradiz informação do Ministério Público sobre o fim de unidades de saúde
O secretário municipal da Saúde, Wilson Pollara, contradisse ontem o Ministério Público Estadual sobre as mudanças já realizadas na reestruturação da rede de atendimento, envolvendo 26 AMAS (Assistências Médicas Ambulatoriais) e UBSS (Unidades Básicas de Saúde).
O acordo fechado anteontem, segundo a Promotoria, prevê a retomada imediata dos serviços alterados e realocação dos profissionais envolvidos. Entretanto, segundo Pollara, isso só será feito após conversas com as comunidades locais.
“Nós, agora, vamos sentar com a comunidade. Se a comunidade chegar à conclusão de que não foi adequado, nós revertemos, vamos voltar ao que era. Existem áreas que a comunidade está satisfeita. Eu tenho uma coleção de atas de reuniões antes de tomar todas as decisões”, afirmou Pollara, em entrevista ao Agora.
“Na reunião que tivemos, que está registrada, ficou acertada a reabertura imediata dos serviços fechados e a recontratação dos demitidos”, afirmou a promotora Dora Martin Strilicherk, da área da Saúde Pública.
A secretaria começou a reorganização em março. Após muitas reclamações da população, principalmente sobre a interrupção de atendimento das AMAS, a Promotoria pediu explicações. De acordo com a promotora, equipes do Ministério Público foram aos locais e comprovaram que várias unidades foram fechadas. “Provamos que o município não fez os estudos adequados de impacto. Demonstramos que os hospitais e prontos-socorros não conseguem atender a demanda atual”, afirmou Dora Strilicherk.
Anteontem, em reunião no Ministério Público, foi decidido que a reestruturação estava suspensa. Grupos de trabalho foram formados e a secretaria tem 90 dias para apresentar propostas. “O que houve foi um erro de comunicação à população. Vamos fazer isso durante esse prazo. Não fechamos nenhum serviço. Apenas queremos reorganizar para ter melhor atendimento. As AMAS precisam ser readequadas”, afirmou o secretário. De acordo com Pollara, o ideal é que os hospitais e prontos-socorros atendam somente a casos graves, deixando o restante da rede para outros serviços.