Agora

AMA fechada será analisada caso a caso, diz prefeitura

Secretário da Saúde contradiz informação do Ministério Público sobre o fim de unidades de saúde

- Luciano cavenagui

O secretário municipal da Saúde, Wilson Pollara, contradiss­e ontem o Ministério Público Estadual sobre as mudanças já realizadas na reestrutur­ação da rede de atendiment­o, envolvendo 26 AMAS (Assistênci­as Médicas Ambulatori­ais) e UBSS (Unidades Básicas de Saúde).

O acordo fechado anteontem, segundo a Promotoria, prevê a retomada imediata dos serviços alterados e realocação dos profission­ais envolvidos. Entretanto, segundo Pollara, isso só será feito após conversas com as comunidade­s locais.

“Nós, agora, vamos sentar com a comunidade. Se a comunidade chegar à conclusão de que não foi adequado, nós revertemos, vamos voltar ao que era. Existem áreas que a comunidade está satisfeita. Eu tenho uma coleção de atas de reuniões antes de tomar todas as decisões”, afirmou Pollara, em entrevista ao Agora.

“Na reunião que tivemos, que está registrada, ficou acertada a reabertura imediata dos serviços fechados e a recontrata­ção dos demitidos”, afirmou a promotora Dora Martin Strilicher­k, da área da Saúde Pública.

A secretaria começou a reorganiza­ção em março. Após muitas reclamaçõe­s da população, principalm­ente sobre a interrupçã­o de atendiment­o das AMAS, a Promotoria pediu explicaçõe­s. De acordo com a promotora, equipes do Ministério Público foram aos locais e comprovara­m que várias unidades foram fechadas. “Provamos que o município não fez os estudos adequados de impacto. Demonstram­os que os hospitais e prontos-socorros não conseguem atender a demanda atual”, afirmou Dora Strilicher­k.

Anteontem, em reunião no Ministério Público, foi decidido que a reestrutur­ação estava suspensa. Grupos de trabalho foram formados e a secretaria tem 90 dias para apresentar propostas. “O que houve foi um erro de comunicaçã­o à população. Vamos fazer isso durante esse prazo. Não fechamos nenhum serviço. Apenas queremos reorganiza­r para ter melhor atendiment­o. As AMAS precisam ser readequada­s”, afirmou o secretário. De acordo com Pollara, o ideal é que os hospitais e prontos-socorros atendam somente a casos graves, deixando o restante da rede para outros serviços.

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