Temer fala com Alckmin sobre união do centro
Ambos se falaram por telefone; presidente afirma em entrevista que pode desistir de disputar a reeleição
O presidente Michel Temer e o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) conversaram por telefone anteontem e marcaram um encontro para os próximos dias em que discutirão, pela primeira vez de forma mais assertiva, uma possível aliança para disputar o Palácio do Planalto.
Segundo a reportagem apurou, Temer dirá que pode abrir mão de sua candidatura à reeleição e trabalhar com o tucano para tentar unir a coalizão que o levou à Presidência em 2016.
A avaliação é de que é preciso reunir o já fragmentado centro político e impedir que a radicalização entre as forças de esquerda e de direita domine o debate eleitoral.
Com baixíssima popularidade e apenas 2% das intenções de voto, segundo o Datafolha, Temer quer se manter influente no tabuleiro eleitoral e vai se colocar como um agente capaz de costurar acordos em torno de uma candidatura.
Ontem, Temer admitiu pela primeira vez publicamente a possibilidade de não disputar a reeleição em outubro.
Em entrevista à EBC, ele foi questionado se a hostilização que sofreu em São Paulo, na terça, poderia motivá-lo a desistir de concorrer.
“Não seria esse fato que me faria desistir da reeleição. Posso não ir para a reeleição na medida em que eu comece a perceber o seguinte... vejo que no chamado centro tem seis, sete, oito candidaturas, o que não é útil porque você tem que fazer com que o eleitor faça suas opções”, afirmou.
Disse ainda que a definição sobre sua participação nas eleições sairá “até julho”, quando acontecem convenções e os candidatos são registrados no Tribunal Superior Eleitoral.
Inicialmente, a aproximação do Planalto com os tucanos estava restrita aos palanques de São Paulo e Minas Gerais, os dois maiores colégios eleitorais do país.