Mortes recentes reacendem alerta sobre lança-perfume
Três jovens morreram este ano na capital após usar a droga, que é vendida a R$ 5 em bailes funk
Três mortes recentes de jovens na capital reacenderam o alerta sobre o uso do lança-perfume em bailes funk. A droga “turbinada”, que é vendida em garrafas ou latas por R$ 5, pode matar em apenas uma dose. As vítimas, com idades entre 18 e 20 anos, morreram este ano.
A mistura do lança-perfume de hoje é muito mais potente em comparação com antigo “loló”, que continha basicamente cloreto de etila, substância que tem controle rigoroso e só pode ser vendida para a indústria.
A fórmula usada hoje para deixar os jovens no “grau” leva clorofórmio, tolueno, éter, fenol, benzina e antirrespingo de solda, produtos encontrados no comércio. Para dar à droga uma cara menos nociva, eles usam essências de sabores como morango, coco e uva.
Em 2015, a Associação Rolezinho a Voz do Brasil conseguiu que vereadores apresentassem o projeto de lei 143/2015 na Câmara Municipal. O texto previa a proibição de “vender, ofertar, fornecer e entregar clorofórmio, éter, antirrespingo de solda sem silicone, solvente de tinta, benzina e fenol a menores de 18 anos”, além de restringir o uso a maiores de 18 anos. O texto foi aprovado em primeira votação, mas está parado. Para virar lei, tem de passar pela segunda votação e ir à sanção do prefeito Bruno Covas (PSDB).
Darlan Mendes, 28 anos, presidente da associação à época, criou uma ideia legislativa, ou seja, uma proposta de projeto de lei, no Senado, pedindo penas mais severas aos vendedores de lançaperfume e ao comércio. Atualmente, a venda é considerada como crime contra saúde pública e não tráfico. Para que a ideia vire projeto, ele precisa de 20 mil assinaturas digitais. “Por isso a nossa preocupação de colocar esses componentes como proibidos. Até porque isso não é um problema exclusivo da periferia”, afirma.