Falta grana para o consumo
Desde o segundo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o salário mínimo vem subindo de acordo com a inflação e o crescimento da economia.
Nos primeiros anos, foi um bom negócio para os trabalhadores e aposentados. Como o país ia bem, o poder de compra aumentava todos os anos.
Daí as famílias compravam mais, o comércio contratava e a indústria produzia. Uma coisa puxava a outra.
Só que o governo gastou demais e ficou sem grana, levando o Brasil para a recessão de 2014 a 2016. Desde então, o salário mínimo parou de receber reajuste acima da inflação.
No ano passado, houve pelo menos uma sensação de melhora. Em janeiro de 2017, o piso passou de R$ 880 para R$ 937, alta de 6,5% com base no INPC de 2016.
Como o índice caiu para 2% nos 12 meses seguintes, e muitos alimentos ficaram mais baratos, os trabalhadores se animaram a consumir mais. Isso até ajudou o país a sair da crise.
Neste ano, esse efeito acabou. O mínimo foi para R$ 954, uma correção de apenas 1,8%. É menos do que o INPC esperado para 2018, que deve passar de 3%.
Esse é um dos motivos para a economia estar andando devagar. Os salários em geral têm recebido aumentos fracos. Assim, falta grana para o consumo.
O pior é que dificilmente o governo, na pindaíba, vai conseguir dar reajustes mais altos nos próximos anos.
A recuperação vai depender da volta dos investimentos das empresas. A boa notícia é que pelo menos a inflação e os juros devem continuar baixos nos próximos meses.