Bombeiros encontram restos mortais em prédio no centro
Material vai passar por análise de DNA para identificação. Sete pessoas ainda estão desaparecidas
Os bombeiros localizaram ontem pedaços de corpos em meio aos escombros do edifício Wilton Paes de Almeida, no largo do Paissandu (região central), que desabou após incêndio no último dia 1º de maio. Sete pessoas permaneciam desaparecidas até a conclusão desta edição.
Por volta das 6h30, bombeiros acharam os primeiros fragmentos. Já no início da tarde, novas partes foram localizadas. Não foi possível dizer nem mesmo quais eram os pedaços. “São pedaços de corpos com osso e, alguns, com pele”, disse o tenente Guilherme Derrite.
Ele afirmou também que não é possível dizer a quem pertencem os restos mortais sem que antes seja feito o exame do material genético pelo IML (Instituto Médico Legal). “Qualquer análise nesse sentido é complicada, porque não estavam tão distantes [um do outro].”
A estimativa dos bombeiros é de que as buscas agora estejam entre o quinto e o oitavo andares do prédio, onde morava a maioria dos desaparecidos (veja quadro). No local, foram encontrados brinquedos e roupas. Foi pedido para que familiares colaborem fornecendo material genético para facilitar a identificação. Até o momento, só o corpo de Ricardo Oliveira Galvão Pinheiro, 39, o “Tatuagem”, foi identificado, na sexta-feira. Ontem, o confeiteiro Francisco Lemos Dantas, 56 anos, foi incluído entre os desaparecidos.
Segundo Derrite, só por um “milagre divino” há sobreviventes. Ele lembrou que os escombros estão compactados, sem cavidades onde os sobreviventes poderiam resistir. Ontem, o trabalho dos cães foi interrompido, após o vazamento de gás natural, e as buscas por restos mortais no ponto crítico, onde viviam os desaparecidos, foram feitas manualmente.