Joaquim Barbosa desiste de candidatura à Presidência
Ministro aposentado do Supremo deixa a direção do PSB surpresa com anúncio feito por telefone
A candidatura própria do PSB naufragou na manhã de ontem, antes mesmo de ser lançada oficialmente. Por telefone, o ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbos avisou ao presidente do partido, Carlos Siqueira, que desistira de concorrer à Presidência da República.
Barbosa, que também postou nota no Twitter, disse que tomou uma “decisão estritamente pessoal”.
Com até 10% de intenção de voto no Datafolha, a saída prematura de Barbosa da disputa mexe num cenário engarrafado por candidatos que ainda não decolaram nas pesquisas.
Por afinidade ideológica —e pelo peso regional do PSB, cujo centro de gravidade ainda é o Nordeste— o pedetista Ciro Gomes surge como eventual beneficiário, se não do espólio de votos de Barbosa, da máquina partidária do PSB (veja abaixo).
A decisão surpreendeu a cúpula do partido, mas não a amigos e parentes do magistrado, que já tinham identificado sinais de desistência.
O entorno de Barbosa afirma que pesaram na desistência um problema de saúde e o receio de ser engolido pela estrutura partidária do PSB. Segundo relatos, ele se dizia incomodado com a possibilidade de ter de alterar as suas propostas para se adequar à sigla e que fosse abandonado pelo partido durante o processo eleitoral.
Principal opositor à candidatura de Barbosa no PSB, o governador de São Paulo, Márcio França, classificou como “previsível” a desistência e disse que essa é a eleição dos “profissionais”.
“Pensar que a disputa será dos outsiders é um equívoco. Essa é a eleição dos profissionais, de quem está acostumado a ter estômago de aço e fazer arranjos políticos”, afirmou França.