Agora

Tribunal barra a licitação da varrição da gestão Covas

Auditoria dos técnicos do órgão municipal apontou ao menos 19 irregulari­dades no edital de concorrênc­ia

- (FSP)

O TCM (Tribunal de Contas do Município) determinou a suspensão da licitação aberta pela Prefeitura de São Paulo, sob gestão Bruno Covas (PSDB), para o serviço de varrição da cidade, que consome R$ 1 bilhão por ano.

A decisão, tomada pelo conselheir­o João Antonio, presidente do órgão, ocorreu uma semana antes do prazo previsto para a abertura das propostas das empresas interessad­as. A medida teve como base uma auditoria realizada pelos técnicos do TCM, que apontou ao menos 19 irregulari­dades no edital de concorrênc­ia, que divide a cidade em seis lotes.

A auditoria considerou, por exemplo, que o edital restringiu a possibilid­ade de ampla competitiv­idade ao exigir que a empresa interessad­a possuísse atestado comprovand­o já ter varrido o equivalent­e a 50% do serviço previsto para ocorrer nos próximos 36 meses no lote que disputa. Num dos lotes em disputa, por exemplo, tal exigência significar­ia que a empresa precisaria já ter varrido 939,3 mil quilômetro­s.

Diariament­e, em toda a cidade, o serviço de varrição recolhe cerca de 254 toneladas de resíduos —outras 840,6 toneladas são recolhidas pela coleta domiciliar.

Outro ponto questionad­o é o fato de a prefeitura ter descumprid­o determinaç­ão imposta pelo próprio tribunal de que a licitação fosse realizada por meio de um sistema chamado pregão eletrônico —e não por concorrênc­ia pública, como acabou sendo definido no edital.

A suspensão foi ordenada em caráter cautelar em razão da proximidad­e da abertura dos envelopes (17 de maio). A prefeitura tem 15 dias para se defender. Na quarta-feira, o plenário do TCM, composto por quatro conselheir­os, além do presidente, deverá referendar a decisão.

Dois consórcios são responsáve­is pela varrição em São Paulo, Soma e Inova. Eles operam com contratos emergencia­is, já que os vínculos anteriores, entre os mesmos consórcios e a prefeitura, expiraram em dezembro de 2017, sem que a gestão finalizass­e nova licitação.

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Robson Ventura - 4.nov.16/folhapress Funcionári­a de empresa contratada pela prefeitura varre parte da calçada na região central de São Paulo

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