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Gilmar manda soltar Paulo Preto, operador do PSDB

O ex-diretor da Dersa foi preso no mês passado por desvio de R$ 7,7 milhões de obras do Rodoanel

- (FSP)

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes concedeu habeas corpus a Paulo Vieira, conhecido como Paulo Preto, apontado pela Lava Jato como operador do PSDB.

Ex-diretor da Dersa, ele foi preso preventiva­mente em 6 de abril pela Lava Jato em São Paulo, que investiga desvios de R$ 7,7 milhões nas obras do Rodoanel. O recurso era destinado ao realojamen­to de famílias para a construção do Rodoanel, obra realizada no governo José Serra (2007-2010).

Mércia Ferreira Gomes, que prestou serviço à Dersa no realojamen­to, relatou ter recebido ameaças ao longo de dois anos, incluindo ofertas de dinheiro para que se mantivesse calada.

Ao conceder o habeas corpus, Gilmar afirma que “as três ameaças teriam ocorrido em via pública e são comprovada­s apenas pelo depoimento de Mércia”.

“Além da comprovaçã­o do ocorrido não ser sólida, não há indício da autoria das ameaças por parte do paciente. A prisão preventiva é fundada no suposto interesse do paciente em impedir os depoimento­s da corré.”

Na decisão, Gilmar Mendes afirmou que a prisão configura constrangi­mento ilegal.

“Na hipótese dos autos, está patente o constrangi­mento ilegal. A justificaç­ão processual da prisão preventiva não encontra amparo em fatos. Aparenteme­nte, a fundamenta­ção da prisão preventiva não revela os reais propósitos da medida”, escreveu o magistrado.

O habeas corpus ainda não foi analisado pelas outras instâncias —TRF (Tribunal Regional Federal) e STJ (Superior Tribunal de Justiça).

No entanto, para Gilmar, isso não implica em dupla supressão de instância.

De acordo com o ministro, “em obediência ao princípio da proteção judicial efetiva” oferecida pela Constituiç­ão Federal, “a aplicação desse entendimen­to jurisprude­ncial pode ser afastada no caso de configuraç­ão de patente constrangi­mento ilegal ou abuso de poder”.

A defesa do ex-diretor da Dersa teme que ele seja preso novamente e manteve os planos de ele negociar um acordo de delação premiada.

Paulo Preto é suspeito de receber R$ 173 milhões de propina em obras da prefeitura de São Paulo. Segundo delatores, ele pediu a dez empreiteir­as do trecho sul do Rodoanel 0,75% de tudo que receberam.

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Sergio Lima - 29.ago.12/folhapress O engenheiro Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, ex-diretor da Dersa, apontado como operador do PSDB, foi solto ontem por Gilmar Mendes

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