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Temer chega ao 2º ano como mais impopular

- (FSP)

Do discurso de 12 de maio de 2016 à realidade, Michel Temer completa hoje dois anos de uma gestão que, na média, é a mais impopular desde pelo menos o fim da ditadura militar.

Compilação das mais de 200 pesquisas de avaliação de governo feitas pelo Datafolha nas últimas três décadas mostra que a média do atual presidente nesses 24 meses é pior até mesmo do que a de antecessor­es que sofreram impeachmen­t, Dilma Rousseff e Fernando Collor (veja gráfico ao lado).

No índice usado pelo instituto para calcular o desempenho popular das gestões, que vai de 0 a 200, Temer marca apenas 25 até agora.

No discurso inaugural, em que deu posse a seus ministros, o tom era de otimismo. “Minha primeira palavra ao povo brasileiro é a palavra ’confiança’.”

Nos meses seguintes, Temer conseguiu aprovar no Congresso medidas como o congelamen­to dos gastos federais, a reformulaç­ão do modelo de exploração do petróleo e uma reforma trabalhist­a que atendeu a demandas históricas do setor empresaria­l.

Mas o mês de maio de 2017 foi capital para Temer após a revelação dos diálogos que travou com o empresário Joesley Batista no Palácio do Jaburu. Na ocasião, chegou a avaliar a renúncia ao cargo.

As oito pesquisas nacionais de avaliação do governo feitas pelo Datafolha mostram um cresciment­o contínuo de sua impopulari­dade desde o início da gestão.

Largou com 31% de rejeição e chegou a 61% com um ano de governo. Após o escândalo da JBS, o contingent­e de pessoas que consideram seu governo “ruim ou péssimo” superou os 70%, marca que permanece.

Nesse período, o governo lançou mão de medidas que, na análise de palacianos, seriam capazes de alterar esse quadro —como a liberação do saque de contas inativas do FGTS e a intervençã­o na segurança pública do Rio—, mas nenhum deu certo.

“Mais do que fatos de grande repercussã­o, como os desdobrame­ntos da Lava Jato e a gravação de Joesley Batista, a impopulari­dade recorde de Temer é explicada pela soma de temores que sua gestão despertou nos brasileiro­s”, diz o diretor de Pesquisas do Datafolha, Alessandro Janoni.

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