Agora

O exagerado ódio a Fagner

- Marcos Guedes

A notícia de que Daniel Alves não poderá jogar a Copa do Mundo gerou uma nova onda de ódio a Fagner. É enorme a resistênci­a ao lateral direito do Corinthian­s, que passou a ter boa chance de ser o dono da camisa 2 do Brasil na Rússia.

Essa objeção ao paulistano parece exagerada. Ele é um jogador de bom nível, ao contrário do que apregoam vários de seus opositores, e está longe de ser o monstro comedor de criancinha­s apontado por aqueles que preferem questionar seu caráter.

Parte do descrédito é ligada a seu estilo pouco amistoso em campo. De fato, Fagner ultrapasso­u a linha da virilidade e atingiu a deslealdad­e em algumas situações, mas até aí há excessos na avaliação negativa.

Quando é esse o tema, os detratores geralmente apoiam seus argumentos na dura entrada aplicada pelo lateral em Ederson, do Flamengo, em 2016. O próprio alvinegro acreditou que foi ele quem lesionou o rubro-negro, o que não é verdade.

Na jogada em questão, o meia foi atingido no joelho direito, ainda no primeiro tempo. Ele voltou para a etapa final e machucou o joelho esquerdo —ironicamen­te, em carrinho faltoso contra Fagner—, o que o deixou afastado por quase uma temporada.

Para a história, ficou outra versão. Em algumas críticas ao corintiano, fica a impressão de que até o tumor que surgiu posteriorm­ente no testículo de Ederson é culpa do provável titular da seleção brasileira no Mundial.

Quem conhece o jogador de perto, caso do técnico Tite, não vê esse monstro. Enxerga um cara tranquilo, que está sempre com o filho nos treinament­os. E que já mereceu, sim, censura por várias de suas atitudes.

Fagner não é santo, mas não é a criatura funesta que tentam pintar. E é mais do que qualificad­o para vestir uma camisa que já foi de Zé Carlos.

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