Agora

Dois anos de Temer

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Quando assumiu o governo, Michel Temer (MDB) pegou o país com a economia em recessão e as contas públicas numa bagunça. Enfim, uma enorme crise provocada pela administra­ção de Dilma Rousseff (PT).

Logo de cara, anunciou mudanças e passou a impressão de que ia colocar as coisas nos eixos.

Aproveitou sua base no Congresso para aprovar propostas importante­s, como o limite de gastos federais e a reforma trabalhist­a.

Embalado, fez campanha para reformar a Previdênci­a e apostou que teria apoio suficiente, mas aí os problemas começaram a aumentar.

Aliados caíram por causa de escândalos. O primeiro, com menos de duas semanas de governo, foi Romero Jucá, então ministro do Planejamen­to. Ele foi flagrado numa gravação dizendo que era preciso conter a Lava Jato.

Geddel Vieira Lima, que foi chefe da Secretaria de Governo, hoje está na cadeia.

Mas o pior, claro, foi o caso da mala com R$ 500 mil que um ex-assessor de Temer saiu levando de uma pizzaria.

A grana era propina paga pelo empresário Joesley Batista, o mesmo que gravou uma conversa bastante suspeita com o presidente numa reunião às escondidas.

Assim, sobreviver no cargo passou a importar mais que governar. Com uma gestão impopular e metida em tantos escândalos de corrupção, já não valia muito a pena para os deputados se esforçar pela Previdênci­a.

Com dois anos de mandato, completado­s no último fim de semana, dá para dizer que sobrou quase nada daquele início animador.

Não é à toa que ninguém acredite nas chances de reeleição. E, ao que tudo indica, Temer ainda vai ter de se entender com a Justiça depois de passar a faixa ao sucessor.

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