Promotoria aponta falhas em estradas com pedágio
Vistoria do Ministério Público encontra de buracos a sinalização apagada em rodovias com pedágio em SP
Buracos, sinalização apagada, falta de itens de segurança e acostamentos com água e lama empoçadas são alguns dos problemas encontrados em seis rodovias com pedágio que já passaram por vistoria do Ministério Público Estadual em 2017. A Promotoria também questiona o trabalho de fiscalização realizado pela Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo).
Segundo o promotor Silvio Marques, responsável pelos relatórios, a manutenção das estradas está aquém do preço cobrado nos pedágios. “O que constatamos é que, apesar da cobrança de um valor internacional, não tem a mesma qualidade das rodovias da Europa e dos Estados Unidos”, afirma. “O valor é de primeiro mundo, mas a qualidade das estradas não é”, explica.
O representante do Ministério Público afirma que as rodovias deveriam ser “um tapete”, o que não acontece. “Mesmo na Imigrantes, está um absurdo. Quando chega no trecho de planalto, a estrada está cheia de buracos que tornam a viagem desconfortável”, afirma.
Segundo Marques, nas seis rodovias vistoriadas até o momento há muitas depressões ao lado das pistas, água empoçada, mato alto e guard-rails tortos e enferrujados. “Não tem que ter mato ao lado da pista e poça d’água. As defensas [guardrails] tem que estar pintadas, não amassadas”, afirma o integrante do Ministério Público Estadual.
A vistoria já foi realizada na Anchieta, Imigrantes, Bandeirantes, Tamoios, Castelo Branco e Marechal Rondon, mas será ampliada para outras estradas. Ao todo, São Paulo tem 6.900 km de rodovias pedagiadas.
Fiscalização
Marques também questiona a contratação de empresas de consultoria para realizar a fiscalização que caberia à Artesp. O promotor afirma que são gastos anualmente quase R$ 100 milhões com essas empresas, quando o trabalho deveria ser feito por funcionários públicos contratados pela agência. “A primeira irregularidade é a Artesp transferir a responsabilidade da fiscalização para consultoria”, diz.