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Delação de executivos da JBS deu origem a 91 investigaç­ões

- (FSP)

Revelada há um ano, com a deflagraçã­o da Operação Patmos, a delação premiada de executivos da JBS rendeu até agora 91 investigaç­ões sobre o envolvimen­to de políticos e agentes públicos em esquemas de corrupção, lavagem de dinheiro, organizaçã­o criminosa e caixa dois em esferas diversas.

Ameaçados de perder todos os benefícios pactuados com a PGR (Procurador­ia-geral da República), os delatores do grupo se dizem hoje, após a reviravolt­a no caso, em situação pior que a dos delatados, tendo ficado mais tempo presos e à espera de responder, sem a garantia de perdão, pelos crimes que eles próprios confessara­m.

Além de duas denúncias que desestabil­izaram o governo de Michel Temer, mas foram barradas pela Câmara, as colaboraçõ­es de sete executivos, incluindo os irmãos Joesley e Wesley Batista, resultaram em ações penais já abertas contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG), acusado no STF por corrupção e obstrução de Justiça, e nove aliados do presidente, que respondem por organizaçã­o criminosa na Justiça Federal em Brasília. Entre eles, estão o ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB-BA) e dois amigos do emedebista, o coronel João Baptista Lima Filho e o advogado José Yunes.

Os dados foram levantados, a pedido da reportagem, pela PGR, cuja estratégia é a de aproveitar as provas entregues pelos executivos para instruir inquéritos, enquanto busca aval do Supremo para anular definitiva­mente os benefícios negociados com quatro delatores, incluindo a imunidade que os impedia de ser processado­s criminalme­nte.

O pedido foi feito pelo exprocurad­or-geral Rodrigo Janot, em setembro.

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