Agora

Brasileiro­s desperdiça­dos

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Quando um país não aproveita todas as pessoas que podem ou querem trabalhar, é sinal de que não está produzindo tanta riqueza quanto poderia.

Isso sempre acontece em alguma medida, seja porque faltam vagas para os interessad­os, seja porque alguns desistem de procurar emprego. No Brasil, o problema tomou proporções alarmantes.

Segundo os novos números do IBGE, havia 27,7 milhões de brasileiro­s subutiliza­dos no primeiro trimestre do ano.

Isso correspond­e a 1 de cada 4 pessoas em idade de trabalhar e que têm ou gostariam de ter um emprego.

É o maior número já medido por essa estatístic­a, que tem dados desde 2012. No primeiro trimestre daquele ano, havia 21,4 milhões nessa situação.

Dá para notar, portanto, que as deficiênci­as do mercado de trabalho vão muito além das medidas pela taxa de desemprego.

Essa conta só inclui aqueles que buscam vaga e não encontram. São 13,7 milhões, o que já é uma enormidade.

Mas, mesmo entre os ocupados, existe gente que gostaria de trabalhar mais horas por semana, porque precisa ganhar mais dinheiro.

E também há 4,6 milhões de pessoas que desistiram de procurar emprego. É o que se chama de desalento, e o número também é recorde no período pesquisado.

Na maioria são pretos e pardos (3,4 milhões) e não chegaram a concluir o ensino médio (3,2 milhões).

A única solução de verdade para esse desperdíci­o de brasileiro­s é o cresciment­o forte da economia. Mas isso, pelo jeito, vai ficar para o próximo governo.

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