Agora

Número de queixas contra serviços dos Correios triplica

Site recebeu 33.041 reclamaçõe­s de janeiro a abril. Sete em cada dez eram de atraso na entrega

- William cardoso

O número de queixas de consumidor­es em relação ao serviço dos Correios triplicou entre janeiro e abril deste ano, na comparação com igual período de 2016. Os números são do site Reclame Aqui e apontam para alta.

No primeiro quadrimest­re, foram registrada­s 33.041 reclamaçõe­s, ante 11.755 em igual período de 2016. Sete em cada dez queixas são referentes ao atraso na entrega de encomendas (veja quadro abaixo). Os Correios são hoje a terceira empresa mais reclamada do site. A empresa enfrenta uma crise nos últimos anos (leia texto abaixo).

“A gente vê isso no dia a dia. Já se tinha a noção de que iria extrapolar o número do ano passado. A gente recebe contato no Facebook, pelas redes sociais. Virou até meme na internet já, de quem não consegue receber suas encomendas. A tendência é crescer cada vez mais”, afirma Felipe Paniago, diretor de marketing do Reclame Aqui. “O número de pedidos com certeza aumentou, mas isso não é desculpa para prestar um serviço de baixa qualidade”, completa.

Sobre o aumento no número de entregas pelos Correios por causa das compras pela internet, ele ressalta que isso não deveria ser uma má notícia. “A culpa não é do e-commerce, tanto que a maioria das lojas na internet está procurando alternativ­as. Ter mais demanda, ganhar mais dinheiro, deveria ser algo bom”, diz.

Segundo Paniago, o problema não é os Correios terem muitas reclamaçõe­s, mas, sim, não dar resposta aos clientes. Apenas 35% das queixas têm resposta dos Correios e a nota média dada por clientes à empresa é 1,26 (de 0 a 10). Como exemplo, uma das maiores lojas da internet no país, que está entre as líderes de reclamaçõe­s, atende a 83% das críticas e, por isso, tem nota 6,6. “Os Correios devem pensar em se modernizar, porque ainda se trata do principal método de entrega no Brasil”, diz.

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Rivaldo Gomes/folhapress O comerciant­e Massao Ouchi, 61 anos, que fez compras em site da China em dezembro e, apesar de o produto ter chegado ao Brasil em janeiro, ainda não recebeu; ele critica a falta de resposta da empresa

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