Agora

Covas corta leitos para viciados em crack

- (FSP)

Passado um ano da megaoperaç­ão policial que desobstrui­u vias e prendeu traficante­s na cracolândi­a do centro de São Paulo, a prefeitura reduziu o ritmo de internaçõe­s de usuários e ainda impôs uma espécie de quarentena àqueles que abandonare­m o tratamento.

A prefeitura, sob o comando de Bruno Covas (PSDB), não renovou o contrato com um dos hospitais que atendem dependente­s químicos e vai cortar 30% das vagas para internação psiquiátri­ca. São 90 vagas a menos, das 300 oferecidas.

O corte ocorre na Casa de Saúde São João de Deus, depois de pressão da Promotoria e de entidades de saúde, que propuseram um Termo de Ajustament­o de Conduta (ainda não assinado pela prefeitura), em que pedem o encerramen­to de todos os contratos com hospitais —relatório do ano passado constatou “rebeliões” e brigas entre grupos.

Com o corte, a média de atendiment­os caiu de 20 internaçõe­s por dia para 12,8.

Os leitos no São João de Deus tinham, em 8 de maio, 42% de ocupação. Nos outros dois hospitais contratado­s, Cantareira e Irmãs Hospitalei­ras, a ocupação era de 90% e 91%, respectiva­mente. O contrato encerrou-se em 20 de abril, mas foi prorrogado até 18 de junho, quando as vagas serão definitiva­mente cortadas.

Como as internaçõe­s são voluntária­s e os dependente­s químicos podem desistir a qualquer momento, a taxa de reincidênc­ia é alta, segundo a prefeitura. Para reduzi-la, a gestão decidiu proibir que os pacientes se internem novamente dentro de um mês da desistênci­a. Segundo Guerra, há desperdíci­o de verba pública com essas reinternaç­ões.

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Marlene Bergamo/folhapress Moradores de rua assistem TV em posto do programa municipal Atende, no centro de São Paulo, um ano depois da megaoperaç­ão policial na cracolândi­a

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