Governo admite falhas na educação
Avaliações do próprio governo de São Paulo indicam que o sistema de bônus por resultados na rede escolar, política central de sucessivas gestões do PSDB, não promoveu melhorias no desempenho dos alunos do estado.
Advertências para correções, presentes em relatórios internos, têm sido ignoradas pelo menos desde 2011 pela cúpula do governo e pela Secretaria da Educação. Até o alcance das metas de longo prazo é colocado em xeque.
O sistema de bônus foi implementado na rede estadual em 2008 no governo José Serra (PSDB). Tornou-se uma bandeira do partido.
O ex-governador Geraldo Alckmin, pré-candidato à Presidência pela legenda, sempre enalteceu a iniciativa. O tucano comandou o estado de 2011 a 2018, e, antes, entre 2001 e 2006.
No modelo paulista, profissionais das escolas que cumpram metas (ou parte delas) no indicador de qualidade da educação do estado, o Idesp, recebem uma bonificação em dinheiro a cada ano. Só nos últimos oito anos o estado desembolsou R$ 4,2 bilhões. O pagamento costuma gerar ansiedade nas escolas. Neste ano, 83% das escolas tiveram algum avanço e ficaram aptas ao bônus. Receberam a bonificação 189 mil servidores (75% do total), somando R$ 315 milhões. Mas o bônus não tem sido capaz de promover melhorias sustentáveis. Muitas escolas avançam em um ano, ganham bônus e caem. Falha é apontada desde 2014.