Diversidade e realeza na mesma união
Casamento ontem do príncipe Harry com a atriz Meghan Markle mostrou abertura da Coroa britânica
A cerimônia do casamento de ontem do príncipe Harry, sexto na sucessão real britânica, com a atriz americana Meghan Markle uniu signos tradicionais da realeza a elementos que acenam para a origem negra de parte da família da noiva.
A tiara de diamantes usada por Markle foi feita para a rainha Mary, avó de Elizabeth 2ª. Já o vestido dela leva a etiqueta da grife francesa Givenchy, ainda que o modelo tenha sido desenhado pela britânica Clare Waight Keller, primeira mulher a dirigir a marca.
O noivo usou sua farda de capitão general da Marinha Real, seguindo a tradição.
O rito contou com sermão proferido pelo reverendo afro-americano Michael Curry, chefe da Igreja Episcopal, que chamou a atenção por seu teor vivaz, em contraste com a sisudez dos anglicanos europeus.
“O amor é poderoso. Não o subestimemos. Qualquer um que já se apaixonou sabe do que estou falando”, disse, a certa altura.
Sem protocolo
Em outra aparente quebra de protocolo, um coral gospel entoou o sucesso americano “Stand by Me”, dos anos 1960. Ainda no segmento musical da boda, o violoncelista britânico Sheku Kanneh-mason, 19 anos, interpretou três peças.
Na hora de fazer os votos, em mais um rompimento com a tradição da realeza, a noiva seguiu os passos de Diana e Kate Middleton e não prometeu obedecer ao marido. Eles em seguida trocaram alianças —alguns homens da Coroa, como William, irmão de Harry, escolhem não portar alianças.
Como o novo casal real se casou em Windsor, o primeiro beijo como marido e mulher de Harry e Meghan aconteceu nos degraus da capela de São Jorge, ao fim da cerimônia.
Depois do casamento, Harry e Meghan passaram a ser chamados de duque e duquesa de Sussex.