Grandes shows carregam o público da Virada no centro
Só Marcelo D2 colocou 50 mil para dançar na São João. Público em 24 horas foi de 3 mi, diz prefeitura
Encerrada ontem aos sons de Balão Mágico, Falamansa e Gabriel o Pensador, a 14ª Virada Cultural equilibrou saldo positivo no centro de São Paulo e baixa atratividade dos polos nos bairros. O evento levou 3 milhões de pessoas às ruas em 24 horas, segundo estimativa de André Sturm, secretário da Cultura.
Segundo a PM, não houve registros de incidentes graves, como mortes ou lesões. Ao contrário do Carnaval, quando teve grande volume de multas aos foliões que urinaram nas ruas, a prefeitura não informou se na Virada a infração foi grande.
Chama a atenção a relativa retomada do centro. Não nos patamares anteriores a 2016, quando a região concentrava a Virada e atraía de 3 milhões a 4 milhões de pessoas, mas em níveis superiores aos de 2017.
Naquela edição, a primeira sob a batuta do então prefeito João Doria (PSDB) e de Sturm, o evento ficou marcado pelo esvaziamento do centro, com uma profusão de palcos vazios. Neste ano, o secretário reforçou a programação na região central.
Nomes como Rouge, Nação Zumbi, Caetano Veloso, Valeska Popozuda e Gretchen atraíram públicos fortes.
Destaque para Marcelo D2, que juntou cerca de 50 mil pessoas na avenida São João, segundo estimativa da reportagem, confirmada por policiais militares e bombeiros no local. A homenagem ao Legião Urbana teve cerca de 10 mil, segundo Sturm.
No centro, também fizeram sucesso atrações não musicais, como o parque de diversões no Vale do Anhangabaú, os cinemas no vão livre do Masp e na rua 15 de Novembro e as festas.
Em termos de infraestrutura, a região não teve registros de derrapadas como as de 2017, quando foram muitos os pontos sem equipamentos de som adequados, ou mesmo sem equipamento.
Não se repetiram críticas de artistas e público a vazamentos de som de um show em outro —a proximidade entre os palcos foi revista, assim como a altura das coxias, o que permitiu melhor visão. Por outro lado, houve palcos que, muito procurados, registraram tumultos. Foi assim com Marcelo D2 na avenida São João e no bloco Tarado Ni Você com Caetano Veloso, na Consolação.
Somados a shows vazios —um dos estandartes do soul brasileiro, Tony Tornado cantou para menos de 20 pessoas na alameda Barão de Limeira—, esses episódios mostram que embora a escalação tenha melhorado, a distribuição de nomes, horários e locais pode ser melhor pensada e divulgada.