Oposição protesta e pede nova eleição na Venezuela
Nicolás Maduro foi reeleito anteontem sob polêmica; Brasil e outros 13 países não reconhecem resultado
Após boicotar a eleição presidencial de anteontem na Venezuela, a coalizão oposicionista MUD (Mesa da Unidade Democrática) exigiu a realização de um novo pleito no último trimestre deste ano e prometeu convocar protestos pelo país.
O presidente Nicolás Maduro foi reeleito com 67,7% dos votos, contra 21% para o oposicionista Henri Falcón, que rompeu com a MUD para se lançar candidato. A coalizão opositora defendeu a abstenção na eleição.
“Continuamos lutando por eleições livres e transparentes, com todas as garantias e que se celebrem no final do ano para que o povo se expresse”, afirmou o presidente da Assembleia Nacional, Omar Barboza.
Barboza disse que a oposição continuará apoiando manifestações de rua para pressionar por eleições “limpas e transparentes”.
Com 98,8% das urnas apuradas no fim da tarde de ontem, a abstenção chegou a 54%, considerada a mais alta registrada em eleições presidenciais na Venezuela.
Sem reconhecimento
O governo brasileiro e outros 13 países anunciaram ontem que não reconhecem a eleição presidencial venezuelana e que irão convocar seus embaixadores em Caracas para consultas.
Os representantes diplomáticos da Venezuela em cada um dos países também serão convocados para receberem um protesto oficial, diz a nota assinada pelas 14 nações que formam o grupo de Lima — Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lúcia, além do Brasil.
O grupo disse estar preocupado com a imigração venezuelana e com a situação sanitária do país.