Venezuela reage a sanções e expulsa diplomata dos EUA
Punições dadas pelo governo americano ofendem dignidade nacional, afirma Nicolás Maduro
Um dia após Washington anunciar mais sanções contra a Venezuela, o ditador Nicolás Maduro expulsou o principal diplomata dos EUA do país. Maduro declarou o encarregado de negócios do país, Todd Robinson, “persona non grata” e deu um prazo de 24 horas para que ele e o chefe da seção política, Brian Naranjo, saiam.
“A Venezuela deve ser respeitada. As sanções planejadas pela oposição e assinadas por [Donald] Trump ofendem a dignidade nacional e o nosso povo”, disse.
A mais nova deterioração nas relações bilaterais ocorre após a eleição do último domingo, quando Maduro foi reeleito em votação pelo baixo comparecimento e pelo uso da máquina estatal. Os EUA não têm embaixador em Caracas desde 2010.
Anteontem, os EUA, principal parceiro comercial de Caracas, proibiram a compra ou venda de ativos que pertençam ao governo venezuelano em território norte-americano. A medida afeta qualquer ativo do país, inclusive os da estatal petroleira PDVSA, dona da rede de postos e refinarias Citgo, uma das maiores dos EUA.
O pleito foi boicotado pela maior parte da oposição, cujos principais líderes, como Henrique Capriles, estão inelegíveis. O principal candidato opositor, Henri Falcón, não reconheceu o resultado.
A oposição exige uma nova eleição no último trimestre do ano e prometeu convocar protestos em todo o país.
Com 99% das atas apuradas até ontem, a abstenção estava em 54%. Maduro teve 67,8% dos votos válidos, contra 20,9% de Falcón.
Os EUA estão entre os países que não reconheceram o resultado de domingo. O Grupo de Lima, que reúne o Brasil e outras 13 nações, anunciou a convocação de seus embaixadores.