Covas decreta emergência para evitar colapso na capital
Prefeitura busca meios para garantir abastecimento e manter prestação de serviços essenciais
O prefeito Bruno Covas (PSDB) decretou ontem situação de emergência em São Paulo. O objetivo é buscar meios legais para driblar transtornos em meio à crise de desabastecimento de combustíveis.
A cidade já reduziu a circulação de ônibus e faz as contas para estoques emergenciais para abastecer veículos dos serviços funerário e de coleta de lixo, por exemplo.
Com o decreto, a prefeitura pode fazer compras sem licitação e requisitar ou apreender bens privados, como combustível estocado.
A principal preocupação é que a crise de abastecimento possa provocar um colapso na cidade na semana que vem. Escolas e universidades, como a Unicamp, em Campinas, já anunciaram o cancelamento das aulas ao menos na segunda-feira, e a prefeitura da capital pode decretar feriado, por exemplo, além de manter a suspensão do rodízio municipal.
Na capital, para economizar combustível, a gestão deve suspender serviços administrativos não essenciais. Porém, mesmo com o eventual fim da paralisação, a prefeitura estima em quatro dias a volta à normalidade.
Ontem de manhã, circularam cerca de 60% dos ônibus programados para o horário de pico. Para o entrepico, as empresas foram autorizadas a rodar com 40% da frota. A medida foi necessária para garantir que os ônibus circulassem no fim da tarde e noite. A frota de trólebus está 100% operacional.
Sobre o serviço funerário, a prefeitura afirmou que estratégias de contingência têm sido feitas para manter o serviço em funcionamento.
Anteontem, a prefeitura conseguiu ainda uma liminar que determina a interrupção dos protestos para a manutenção de serviços essenciais. A decisão, porém, não surtiu efeito, pois a PM, subordinada ao governador Márcio França (PSB), decidiu não usar a força para cumprir a liminar.