Preços têm alta, e verduras e legumes somem das feiras
Custo da alface tem aumento de até 50%. Feirantes acabam ficando em casa por falta de mercadoria
Com a crise de abastecimento de alimentos desencadeada pela greve dos caminhoneiros, os preços subiram e diversos produtos faltaram nas feiras visitadas ontem pelo Agora.
O maço da alface, que costumava ser vendida por R$ 2, em média, passou a R$ 2,50 e até R$ 3 em algumas barracas que ainda tinham o produto.
A batata também pesou no bolso. O quilo da lavada, que custava R$ 3, passou a ser cobrado por R$ 4 e até R$ 5.
A banana também teve acréscimo. De R$ 5, a dúzia, foi para R$ 6, em média.
“Verduras e legumes são os produtos mais prejudicados, muita gente nem montou a barraca hoje (ontem) por não ter o que vender”, afirma Antônio Mikaro, 60 anos, que comercializa principalmente bananas em uma feira na Vila das Mercês (zona sul).
“Fui obrigado a aumentar um pouco o preço, não teve jeito”, admite o vendedor.
Alguns feirantes tentam não reajustar, como Gabriel Reis, 27, que trabalha em uma feira da Casa Verde (zona norte), mas não sabem até quando vão conseguir.
“Eu estou segurando o preço antigo ainda por causa do meu estoque, mas já está acabando. Trabalho com 800 caixas de banana por dia, mas há dois dias tem produto parado no interior”, afirma.
Barracas de peixe e de mandioca nem foram montadas na feira onde Reis trabalha, em razão da falta desses produtos.
Supermercados
Produtos perecíveis que dependem de abastecimento diário, como frutas, legumes e verduras, além de carnes, leites e derivados, são os itens mais em falta nos supermercados paulistas, segundo a Apas (Associação Paulista de Supermercados).
De acordo com a entidade, não há nenhuma escassez de produtos como macarrão, bebidas ou cereais.
“Não adianta a pessoa ir ao supermercado e comprar uma quantidade gigantesca de arroz”, afirma Carlos Correa, superintendente da Apas. O estoque desses produtos está garantido pelas próximas semanas.