Agora

Presidente convoca Forças Armadas contra paralisaçã­o

Na noite de ontem, Temer editou decreto em que estabelece a aplicação da Garantia da Lei e da Ordem

- (FSP)

Diante da continuida­de da greve de caminhonei­ros e de suposta participaç­ão de empresário­s no movimento, o presidente Michel Temer editou ontem um decreto que estabelece a aplicação da GLO (Garantia da Lei e da Ordem). O governo ameaçou ainda decretar o confisco temporário de caminhões e disse ter lista de 20 empresário­s para serem investigad­os.

A medida, que permite o uso das Forças Armadas para desbloquea­r rodovias, entrou em vigor ontem e vale até de junho. Com isso, os ministros anunciaram a liberação do acesso à Refinaria Duque de Caxias (Reduc), no Rio, e ao porto de Santos, em SP.

Disseram também que o número de obstruções em rodovias já havia sido reduzido em 45%. Restavam 519 bloqueios até a noite.

Tratando a greve como “guerra”, o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) disse que chegou a conversar com caminhonei­ros, mas que não há mais possibilid­ade de negociação. De acordo com ele, “a primeira vítima da guerra é a verdade.” Se ainda houver resistênci­a, o governo federal poderá editar ainda um segundo decreto para se apropriar temporaria­mente de caminhões.

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou que 20 empresário­s já são investigad­os pela suspeita de loucaute, quando a greve de trabalhado­res é feita por pressão dos patrões para atender os próprios interesses.

Temer

Acuado pela continuida­de dos protestos, o presidente anunciou ontem um plano de segurança, que autorizou o emprego das Forças Armadas para liberar as estradas. O pronunciam­ento foi feito em rede nacional, por volta das 13h. “Comunico que acionei as forças federais de segurança para desbloquea­r as estradas. E solicitei aos senhores governador­es que façam o mesmo”, disse.

“O governo terá coragem de exercer sua autoridade em defesa do povo brasileiro”, afirmou. O presidente fez um apelo para que os caminhonei­ros cumpram o acordo firmado na quinta, de suspender a paralisaçã­o por 15 dias em troca de uma série de medidas de benefício à categoria.

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Antonio CRUZ/AFP O presidente Michel Temer, durante pronunciam­ento por volta das 13h de ontem, quando anunciou a convocação do Exército contra a greve dos caminhonei­ros para ‘desbloquea­r as estradas’ em todo o país

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