Movimento se organizou pelo Whatsapp
Há uma semana, uma mensagem que dizia que o Brasil ia parar a partir da última segunda-feira em protesto contra a alta do combustível chegou a um grupo do aplicativo de mensagens Whatsapp de 60 caminhoneiros da região de Embu das Artes, em São Paulo.
Parte deles se sensibilizou com o chamado, cuja origem não era clara, e criou um outro grupo com o mesmo fim.
Na sexta-feira, ele já reunia mais de 290 pessoas, se tornando a principal forma de comunicação dos caminhoneiros que protestavam na rodovia Régis Bittencourt.
O formato de mobilização se repetiu em outros estados, permitindo que a paralisação prosseguisse mesmo após o acordo anunciado pelo governo com representantes da classe na quinta-feira.
“Se não fosse essa ferramenta e a internet, teríamos dispersado depois que o governo anunciou o fim da greve na televisão”, disse uma das lideranças de caminhoneiros em Goiás, Wallace Ladim, o Chorão.
Segundo ele, o grupo que entrou em acordo com o governo era formado por sindicatos e patronais. “Os caminhoneiros ainda querem desconto na gasolina e no gás de cozinha”, diz. E o recado passa pelo Whatsapp.
Assim tem sido feita a mobilização dos caminhoneiros nas estradas brasileiras. Fotos, vídeos, comunicados se espalham pelo aplicativo.
Apontado como liderança dos caminhoneiros parados em São Gonçalo do Sapucaí (MG), Paulo Roberto, 41, atribui o sucesso da greve à mobilização pelo aplicativo. “O que fortaleceu foram os grupos que a gente já tinha”, completa.