Empreendedores apostam na experiência para driblar crise
Ao abrir negócio em ramo onde já foram empregados, novos empresários superam situação ruim do país
No início deste ano, em plena recessão, a oportunidade de abrir uma lanchonete seduziu o casal Genilson Souza de Santana, 35 anos, e Elania da Silva Rocha, 45 anos. Até então, nenhum dos dois tinha tocado negócio próprio. Mas, na contramão do momento econômica, eles decidiram apostar no empreendimento.
“Dois anos atrás tentamos abrir uma lanchonete, mas não deu certo. Desta vez, decidimos entrar de cabeça”, conta Santana.
O empreendedor relata que trabalhou em quatro estabelecimentos do ramo, inclusive como gerente, desde 12 anos atrás, quando se mudou de Cícero Dantas, na Bahia, para São Paulo. “Acumulei experiência e aprendi muita coisa nesses anos. Por isso, da cozinha ao balcão e na negociação com fornecedores, me senti preparado para o desafio.”
Ante as dificuldades que o país enfrenta, o casal crê que o negócio vai bem. “Até já geramos três empregos”, orgulha-se Elania, ao mencionar que também conta com a ajuda de outros dois familiares no negócio.
Santana garante que não trocaria a vida atual pelas condições de quando era gerente: “Como funcionário eu trabalhava mais do que agora, que sou um dos donos. E olha que continuo na labuta diária”, afirma.
Volta por cima
Autodidata até então, Dario Rafael de Andrade, 31 anos, também decidiu empreender há três anos, quando perdeu o emprego de gerente de uma casa de shows. “Como eu tinha aprendido muita coisa na prática, parti para a produção artística e o marketing online”, lembra ele.
Estimulado pelo êxito na empreitada, há dois anos ingressou na faculdade de marketing, em que está prestes a se formar.
A história da virada de mesa do jovem empreendedor ganhou mais um capítulo há um mês, quando Andrade criou uma nova empresa para separar as atividades que ele desempenha: a primeira atua com produção artística e a nova, com marketing.
“Não estou nadando em dinheiro, mas tenho conseguido me manter e até gerei dois empregos, além de contar com colaboradores à distância”, conta o empresário.
Sobre como superar a crise, a receita dele é uma só: “sou a favor de arregaçar as mangas. Inclusive, para mim, só o empreendedorismo pode salvar a economia”.