Agora

Venezuelan­os recebidos em São Paulo buscam vida nova

Cidade já recebeu cerca de 200 deles, que estão em abrigos da prefeitura e de outras entidades

- Thiago braga

A situação política e financeira na Venezuela causou um êxodo de imigrantes para o Brasil. E São Paulo se tornou o destino de cerca de 200 desses venezuelan­os, que agora tentam construir uma vida nova na capital.

É o caso de Oracio Calvette, 59 anos. Ele trabalhou como garçom por 25 anos em um dos lugares mais famosos da Venezuela, a Isla Margarita, uma pérola do Caribe, como os venezuelan­os a chamam. Mas a queda no turismo do país deixou a situação insustentá­vel para Oracio.

“Estou em São Paulo há dez dias. Faço aulas de português e assisto às palestras que a Missão Paz dá. Tenho que ser agradecido ao Brasil para dar o exemplo e aproveitar esta oportunida­de”, afirma ele, que deixou mulher e quatro filhos no país. Ele está na Missão Paz, no Glicério (região central), mantida pela Igreja Católica.

Mesmo com pouco tempo, Oracio já conseguiu emprego. Em breve, será o caseiro de uma fazenda em Ibiúna, no interior do estado.

Por meio de um acordo do governo federal, a capital se disponibil­izou a receber 300 refugiados. Já foram recepciona­dos 212, sendo 185 homens e 27 mulheres. Eles estão nos CTAS (Centros Temporário­s de Acolhiment­o), mantidos pela prefeitura, sob gestão Bruno Covas (PSDB), além de entidades como a Missão Paz.

O policial Alberto Marcano, 29 anos, sente saudades dos três filhos e da mulher todos os dias. “Faz cinco meses que eu não falo com a minha mãe. No último final de semana foi aniversári­o dela e eu nem dei os parabéns.já fui entrevista­do por uma empresa no CTA. Me disseram que voltam a me contatar.”

Ramón Torres, 68 anos, trabalhava em um clube de campo na Venezuela. Agora, ele sai pela zona leste entregando currículos para tentar trabalhar como vendedor. “Estou aqui em São Paulo há 43 dias, mas está difícil arrumar emprego por conta da idade”, lamenta.

 ?? Rivaldo Gomes/folhapress ?? O venezuelan­o Oracio Calvette, 59 anos, veio para o Brasil e deixou a família toda na Venezuela, onde trabalhava como garçom em uma ilha; ele está em um abrigo da prefeitura e busca emprego na capital
Rivaldo Gomes/folhapress O venezuelan­o Oracio Calvette, 59 anos, veio para o Brasil e deixou a família toda na Venezuela, onde trabalhava como garçom em uma ilha; ele está em um abrigo da prefeitura e busca emprego na capital

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