Sinais do descaso
Poucos problemas do dia a dia de São Paulo podem dar a sensação de abandono e falta de eficiência do poder público como as frequentes panes nos semáforos da cidade.
O jornal Folha de S.paulo conseguiu, graças à Lei de Acesso à Informação, dados mais atualizados sobre as falhas desse serviço básico, e o cenário é vergonhoso.
De agosto de 2017 a janeiro deste ano, houve 12,8 mil problemas em sinais da cidade. Para ter uma ideia da dimensão desse número, na capital existem 6.300 esquinas com esses equipamentos.
As falhas mais comuns são aparelho apagado, lâmpada queimada e amarelo piscante. Em média, o tempo gasto para o reparo de cada falha é de 5, 22 e 4 horas, respectivamente.
Segundo os dados obtidos, houve 111 vezes em que os sinais demoraram mais de 24 horas para voltar a funcionar. Numa ocasião, uma rua central na cidade, a Brigadeiro Tobias, ficou cinco dias sem semáforo.
Num cruzamento importante, o da avenida Paulista com a rua da Consolação, 25 falhas foram registradas nesse período.
É bom lembrar que, em agosto do ano passado, a prefeitura assinou contratos de manutenção com empresas privadas, depois de um impasse que se arrastava desde dezembro de 2016.
O acerto virou propaganda para o então prefeito João Doria (PSDB), que prometia consertos em no máximo duas horas. Equipes de motociclistas especialmente preparadas iriam para os locais em pane.
Não era bem assim, como se soube depois. Esse prazo valia só para a chegada ao semáforo quebrado. O tempo para o reparo dependeria do tamanho do problema. Em média, são 11,6 horas.
Não dá para achar que isso seja razoável.