Assaltos em terminais de ônibus assustam passageiros
Na zona leste e no centro, usuários relatam abordagem dos criminosos à mão armada
Presenciar ou ser vítima de roubos nos terminais de ônibus de São Paulo é uma realidade comum para quem depende do transporte público na cidade.
No terminal de ônibus, anexado à estação Penha (zona leste) do metrô, os comerciantes dizem testemunhar quase diariamente cenas assim. “A cada dois ou três dias eles passam aqui e levam os celulares de todos que estão na fila”, conta o dono de um quiosque, que pediu anonimato.
No dia 5 de junho, uma secretária de 38 anos, que preferiu não se identificar, presenciou um assalto ocorrido na passarela que dá acesso ao terminal. Segundo seu relato, os suspeitos ameaçavam a vítima: “se você fizer algo, eu atiro”. A secretária contou que, na hora, muitos passageiros disseram que aquele tipo de crime era comum no local.
Em outro terminal, também no bairro da Penha, a frequência de assaltos à mão armada nos pontos externos à estação tem assustado moradores e comerciantes. “Nas últimas semanas, três pessoas foram vítimas dos ladrões”, conta o taxista Roberto Costa, de 40 anos.
Mesmo no Terminal Cidade de Tiradentes (zona leste), que recebeu reforço na segurança com a instalação de catracas, os passageiros continuam vulneráveis. Para o estudante Lucas Matheus, de 16 anos, a colocação dos equipamentos não diminuiu os roubos. “Não adianta ter catraca e não ter gente suficiente na segurança”, relata.
Apesar de as estatísticas oficiais não apontarem aumento dos roubos nessas localidades, o delegado Paulo Fares do 10º DP (Penha) assume que nesses casos, normalmente, não há registro de boletim de ocorrência.
A reportagem esteve nos três terminais e constatou a defasagem no número de agentes de segurança para a quantidade de usuários que utilizam os serviços.