Autoespionagem é arma do Brasil para corrigir erros
Com novos métodos, novas ferramentas e novo nome, velho olheiro ganha valor na comissão de Tite
Sochi Capitão do Brasil no amistoso contra a Áustria, o zagueiro Miranda recebeu em seu Whatsapp um vídeo do estilo de jogo da seleção assim que se apresentou na Granja Comary, no fim de maio. A situação se repetiu com os outros 22 jogadores convocados para o Mundial.
É assim que funciona parte do trabalho dos cinco analistas de desempenho do Brasil na Copa do Mundo.
A função, que era exercida por um “observador” ou “olheiro” e usada apenas para analisar os adversários, ganhou novos nome, métodos e ferramentas de trabalho. Agora, os jogos e os treinamentos da própria seleção brasileira são monitorados em tempo real.
Todos são filmados em vários ângulos, até pelo alto, e as imagens são repassadas por vídeo para Tite e seus auxiliares Cleber Xavier, Sylvinho e Matheus Bachi. Os quatro analisam erros de posicionamento e passes, além de virtudes, que poderiam resultar em jogada de gol.
Softwares também são usados para mapear todos os dados dos jogadores —desde passes certos e errados até finalizações e posicionamento em campo— nas partidas.
Na Copa do Mundo, Tite terá informações em tempo real sobre o comportamento da seleção brasileira dentro de campo. A Fifa aprovou no início do mês a utilização de um radiocomunicador entre membros da comissão técnica e treinadores.
Fernando Lázaro, filho do ex-lateral corintiano Zé Maria, é quem coordena a análise, do Brasil e dos rivais. Os adversários, claro, continuam sendo estudados.