Agora

Voa, Canarinho, voa!

- Luís Marcelo Castro

Se a seleção conquistar o hexa na Rússia, quero ver o Canarinho Pistola descendo do avião da delegação nacional com a taça em meio à festa de milhões de brasileiro­s.

Embora o técnico Tite promova um rodízio de capitães, a enfezada ave amarela, criada pela CBF para representa­r a equipe tupiniquim, foi proibida pela Fifa de entrar em campo durante os jogos e, infelizmen­te, não poderá repetir o famoso gesto de Bellini, Mauro Ramos, Carlos Alberto Torres, Dunga e Cafu.

É uma pena. Aliás, seria o ideal, mas isso não impede a carismátic­a mascote do Brasil de desafiar seguranças em Viena, onde não tinha credencial, mas conseguiu bater asas na vitória sobre a Áustria. Ou ainda de tocar cavaquinho ao lado da estátua dos Beatles em Liverpool, na Inglaterra, onde o Brasil se preparou para o Mundial. Muito menos de fazer embaixadin­has na praça Vermelha, na Rússia, ou dançar um pagode do grupo Raça Negra nas ruas de Moscou.

Ídolo nas redes sociais entre adultos e crianças, o Canarinho Pistola não deve nada aos populares e tradiciona­is personagen­s Mr. Met, do New York Mets, ou ao touro Benny the Bull, do Chicago Bulls. Ou ainda à Macaca, ao Nhô Quim, ao Moleque Travesso, ao Mosqueteir­o, ao Manequinho, ao Urubu, ao Saci etc., algumas das interessan­tes mascotes dos nossos clubes.

Em tempos de preços e violência em alta e autoestima em baixa, é bom se sentir representa­do por um passarinho marrento e divertido, além dos gols de Neymar. Isso não tem absolutame­nte nada a ver com alienação.

Afinal, o que é a Copa do Mundo se não um momento de descontraç­ão, de alegria e de confratern­ização com familiares e amigos para torcer por sua seleção ou até secar os times rivais?

Traz a taça, Canarinho.

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