Voa, Canarinho, voa!
Se a seleção conquistar o hexa na Rússia, quero ver o Canarinho Pistola descendo do avião da delegação nacional com a taça em meio à festa de milhões de brasileiros.
Embora o técnico Tite promova um rodízio de capitães, a enfezada ave amarela, criada pela CBF para representar a equipe tupiniquim, foi proibida pela Fifa de entrar em campo durante os jogos e, infelizmente, não poderá repetir o famoso gesto de Bellini, Mauro Ramos, Carlos Alberto Torres, Dunga e Cafu.
É uma pena. Aliás, seria o ideal, mas isso não impede a carismática mascote do Brasil de desafiar seguranças em Viena, onde não tinha credencial, mas conseguiu bater asas na vitória sobre a Áustria. Ou ainda de tocar cavaquinho ao lado da estátua dos Beatles em Liverpool, na Inglaterra, onde o Brasil se preparou para o Mundial. Muito menos de fazer embaixadinhas na praça Vermelha, na Rússia, ou dançar um pagode do grupo Raça Negra nas ruas de Moscou.
Ídolo nas redes sociais entre adultos e crianças, o Canarinho Pistola não deve nada aos populares e tradicionais personagens Mr. Met, do New York Mets, ou ao touro Benny the Bull, do Chicago Bulls. Ou ainda à Macaca, ao Nhô Quim, ao Moleque Travesso, ao Mosqueteiro, ao Manequinho, ao Urubu, ao Saci etc., algumas das interessantes mascotes dos nossos clubes.
Em tempos de preços e violência em alta e autoestima em baixa, é bom se sentir representado por um passarinho marrento e divertido, além dos gols de Neymar. Isso não tem absolutamente nada a ver com alienação.
Afinal, o que é a Copa do Mundo se não um momento de descontração, de alegria e de confraternização com familiares e amigos para torcer por sua seleção ou até secar os times rivais?
Traz a taça, Canarinho.