Eleição colombiana determina futuro de acordo de paz
Segundo turno de amanhã terá disputa entre Iván Duque, de direita e Gustavo Petro, da esquerda
Colombianos irão escolher amanhã entre um discípulo amigável ao mercado de um poderoso ex-presidente e um ex-guerrilheiro de esquerda como novo chefe de Estado, com o futuro de um histórico acordo de paz e do modelo econômico do país pendurados na balança.
Iván Duque, escolhido a dedo pelo ex-presidente linha-dura Álvaro Uribe, é visto como vencedor da disputa com Gustavo Petro, um exprefeito de Bogotá e no passado membro do agora extinto grupo rebelde M19.
Em jogo está a implementação de um acordo de paz de 2016 com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), que pôs fim a cinco décadas de conflito com o grupo rebelde, e se a quarta maior economia da América Latina irá abandonar sua postura tradicionalmente amigável ao mercado.
Duque, de 41 anos, fez seu nome como senador por sua forte oposição ao acordo de paz negociado pelo atual presidente, Juan Manuel Santos, que no passado teve Uribe entre seus apoiadores, antes de desentendimento por conta das negociações.
Duque prometeu mudanças ao acordo, que critica como muito leniente com exrebeldes. Sua promessa de prender comandantes por crimes de guerra gerou preocupações de que ele pode prejudicar o acordo e fazer com que combatentes voltem às trincheiras.
Petro criticou o acordo, dizendo que ele não resolve profundas desigualdades rurais, mas disse que irá mantê-lo intacto.
Quem assumir como presidente em 7 de agosto irá enfrentar um período duro. A economia permanece fraca, uma nova onda de gangues criminosas de tráfico de drogas se moveu para áreas no passado controladas pelas Farc, e quase um milhão de imigrantes venezuelanos cruzaram para a Colômbia, buscando trabalho.