Bairros da Copa do Brasil vivem expectativas diferentes
Vila Madalena deve receber 30 mil torcedores, enquanto clima é de desânimo em Itaquera
Quatro anos após a Copa do Mundo do Brasil, os dois bairros paulistanos que se tornaram sinônimo de Mundial em São Paulo vivem realidades distintas atualmente.
A Vila Madalena (zona oeste) espera lucrar com o Mundial da Rússia, embora comerciantes e moradores não queiram que a invasão de 70 mil torcedores, que aconteceu em 2014, se repita.
Já Itaquera (zona leste), onde fica o estádio do Corinthians, palco da abertura do Mundial do Brasil, o clima é de desânimo.
A expectativa de comerciantes e da associação de moradores da Vila Madalena é que o bairro receba até 30 mil pessoas em dias de jogos. Bares e restaurantes se preparam, e bandeiras do Brasil estão pelas ruas. Humberto Munhoz, 36 anos, dono do bar Pasquim, espera aumentar o faturamento em 30%. “Vamos abrir em horários diferentes, teremos café da manhã e almoço”, diz ele.
Já em Itaquera, não há nada especial. “Só na época da Copa teve aquele movimento. Depois, parou”, diz o comerciante José Nascimento Ferreira, 55 anos, dono de um bar perto do estádio.
Nesses quatro anos, cresceu o número de estrangeiros na Vila Madalena —ao menos dez hostels foram abertos. Já Itaquera, que recebeu gringos nas partidas do Mundial, só os vê quando o Corinthians joga contra equipes de fora do país.
A expectativa para a Copa de 2014 aqueceu o setor imobiliário. Em 2011, quando Itaquera foi anunciada como sede paulista, o preço do metro quadrado na região era de R$ 3.000. Em 2014, subiu para R$ 5.200. Neste ano, em abril, caiu para R$ 3.968. Na Vila Madalena o efeito foi parecido. Em 2010, o metro quadrado custava R$ 8.172. No ano da Copa, chegou a R$ 15.279 e, neste ano, estava em R$ 8.492.
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